A vida é dura, os caminhos são traiçoeiros, muitas vezes o que parece não é, e o esporte, o futebol em particular, abriga centenas de histórias que começaram promissoras e terminaram decepcionantes.
Para citar apenas um caso, nem de fracasso, mas de ter ficado longe do que prometia, basta lembrar de Alexandre Pato.
Para quem vê futebol, e tem memória forte do que viu desde meados dos anos 1950, o caso eternizado será sempre o do Rei Pelé, que estreou como profissional aos 15 anos no Santos e foi campeão mundial pela seleção brasileira antes de completar 18.
Gênios como Johan Cruyff, Diego Maradona, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Mbappé, todos tão diferenciados, que iniciaram suas fabulosas carreiras profissionais antes da maioridade, são raros e por isso chegaram, ou quase, ao topo do pódio, como números 1 do ofício que escolheram para brilhar.
Neymar não chegou e Mpabbé ainda poderá chegar, embora nesta temporada tudo indique que o vencedor será o extraordinário egípcio Mohamed Salah, a menos que uma estrela nascente com ares de Sol atravesse seu destino.
Sim, o catalão Lamine Yamal, que completará 18 anos em 13 de julho, desponta como próximo rei do futebol.
Pode haver precipitação, pode ser entusiasmo exagerado pelo que o menino fez no primeiro tempo do jogo entre Barcelona e Internazionale, pode ser apenas o desejo de ver nascer mais um fora de série nas últimas sete décadas, pode ser.
Não haverá surpresa se, depois que Pelé virou lenda, Yamal ocupar o trono como o mineiro de Três Corações.
Filho de pai marroquino e mãe guiné-equatoriana, o talento, a personalidade e a coragem de Yamal fazem dele uma espécie de Mané Garrincha de pernas retas.
Acreditem raras leitoras e raros leitores, o Anjo das Pernas Tortas ficou em patamar muito próximo ao do Rei Pelé, apesar do auge ter sido relativamente curto.
A Catalunha de Adriá, Caballé, Dalí, Gaudí, Guardiola, Miró e Xavi tem um novo tesouro para levá-la ao topo do mundo.
Visca Barça!
DUREZA À VISTA
Se a primeira rodada da Copa do Brasil em sua terceira fase valer para alguma coisa pode-se prever sofrimento para os 16 times da Série A do futebol brasileiro em embates contra os das séries B, C e D.
Só Botafogo e Cruzeiro ganharam por mais de um gol de diferença.
Fluminense, Bahia, graças à arbitragem, Inter, Flamengo, São Paulo e Corinthians venceram por apenas um.
Vasco, Fortaleza, Atlético Mineiro, graças ao apito, e Santos empataram.
Grêmio e Bragantino perderam.
No único jogo entre dois times da Série A, de dificuldade óbvia, o Palmeiras se deu muito bem ao derrotar o Ceará, em Fortaleza.
Juventude, Mirassol, Sport e Vitória ficaram pelo caminho, nem chegaram à terceira fase, e a maior parte dos grandões usou times mistos para o começo deles no torneio, o que não só é justificável como é obrigatório para os que também disputam as taças continentais.
Independentemente disso, as dificuldades iniciais revelam com clareza como o preparo físico, a ocupação de espaços, o conhecimento dos adversários e, com frequência, os maus gramados, servem para equilibrar jogos que poucos anos atrás eram vistos como fáceis.
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Folha de S.Paulo