O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) elegeu nesta quinta-feira (3), no Rio de Janeiro, Marco Antônio La Porta como o presidente que comandará a entidade durante o ciclo olímpico rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
Com o robusto apoio de atletas e ex-atletas, que contestavam a candidatura de Paulo Wanderley, atual mandatário, La Porta venceu o apertado pleito com 30 dos 55 votos do colégio eleitoral. Yane Marques, medalhista de bronze em Londres 2012, é a vice da chapa vencedora.
Em meio a disputa pelo controle do COB no próximo quadriênio, a eleição realizada no Parque Aquático Maria Lenk, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, transcorreu em meio ao temor de uma batalha judicial devido ao questionamento de atletas e entidades ligadas ao esporte, como Pacto pelo Esporte e Atletas pelo Brasil, que alegavam irregularidades na candidatura de Wanderley por entender que o mesmo seria um terceiro mandato, o que contraria o Artigo-18 da Lei Pelé.
Com uma intensa mobilização nos bastidores de nomes de peso do esporte brasileiro, como a ex-jogadora de basquete Hortência, medalhista de prata nos Jogos de Atlanta 1996, a vitória de La Porta foi celebrada de maneira efusiva antes mesmo do término da contagem oficial.
La Porta, 57, foi vice-presidente de Wanderley nos últimos seis anos, e deixou o posto no início de 2024 para poder concorrer à eleição.
Militar da reserva, tem formação pela Escola de Educação Física do Exército, com pós-graduação em Treinamento Desportivo e mestrado em Ciência da Motricidade Humana.
Ele foi presidente da CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon) entre abril de 2017 e maio de 2018, quando deixou a função para assumir a vice-presidência do COB.
Foi chefe de missão nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Em entrevista à Folha no início de setembro, La Porta afirmou que tem como proposta trazer ao COB uma gestão mais colegiada, em que o comitê, ao lado das confederações e dos atletas, “possam, juntos, planejar o futuro do esporte.”
“A gente entende que o COB teve uma evolução muito grande na sua governança e os resultados evoluíram a partir de 2012. Agora em Paris, não digo que teve uma queda, mas deixou de evoluir. E é preciso retomar esse processo”, disse o então candidato.
Ele defendeu também uma redução gradual na dependência de recursos públicos, com atração de patrocínio corporativo para a sustentação da operação. “O COB é uma entidade privada e precisa ter mais empresas apoiando-o. Tivemos uma evolução muito grande no último ciclo, com o trabalho da nossa diretoria de marketing, e agora pretendemos ampliar esse trabalho.”
La Porta afirmou ainda que pretende reformular o papel do conselho de administração, de modo que o órgão tenha um papel mais ativo na gestão do esporte brasileiro. E que contratará a empresa de auditoria Deloitte para que seja realizada um mapeamento e posterior revisão dos processos internos, para que o repasse de recursos às confederações seja mais célere. “O esporte tem pressa.”