Julgamento de médicos acusados pela morte de Maradona é anulado

O polêmico processo judicial dos profissionais de saúde acusados pela morte do icônico ex-jogador Diego Maradona ganhou um novo episódio nesta quinta-feira (29): a Justiça argentina decidiu anular o julgamento.

A audiência já estava suspensa desde a última semana, após as partes envolvidas terem denunciado a conduta de Julieta Makintach, uma das juízas do caso.

Foi alegado pelo promotor Patricio Ferrari que Makintach estaria participando de um documentário sobre a morte de Maradona. Além disso, a juíza teria supostamente entrado com câmeras em algumas audiências, o que foi proibido pelo tribunal desde o segundo dia de julgamento.

Em resposta às acusações, Julieta Makintach se pronunciou:

“Não vejo fatos, declarações, nada que eu precise explicar. Não há irregularidade, não há crime, não há má conduta. Estamos lidando com uma enorme operação midiática para me coagir e me manter fora deste debate. E, sabe de uma coisa, não vou me desculpar. Quero deixar claro que não vou recuar” , disse a juíza durante audiência na última terça-feira.

Em contrapartida, Fernando Burlando, advogado representante das filhas de Maradona, conversou com a imprensa ao chegar no tribunal, e fez duras críticas direcionadas à juíza denunciada.

Além de prometer surpresas, Fernando declarou que pedirá um impedimento e um julgamento político de Julieta Makintach, o que se aprovado, pode impedir seu exercício da profissão.

“Nós e a Promotoria vamos apresentar nossa opinião sobre a recusa da dra. Makintach. Vamos trazer elementos relacionados a evidências, vocês vão se surpreender” , disse o advogado.

Os acusados

Sete profissionais de saúde eram considerados réus pela morte de Maradona, acusados de negligencia médica. Todos respondiam por homicídio simples com dolo eventual.

Além de Leopoldo Luque, que era médico pessoal do ex-jogador e nesta semana foi atacado no rosto por um torcedor quando chegava ao tribunal, estão entre os denunciados: um médico clínico, uma psiquiatra, um psicólogo, uma médica coordenadora do plano de saúde, um coordenador de enfermeiros e um enfermeiro.

Caso condenados, os réus poderiam pegar uma pena de oito até 25 anos de reclusão.

Vale lembrar que há ainda uma oitava enfermeira sendo processada, em um julgamento à parte, mas ainda não há confirmação se este caso também foi anulado.

Todos os réus alegam inocência sobre as acusações.

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