Falemos de João Fonseca e de Filipe Luís.
O tenista carioca de 18 anos enfrentou a Argentina em Buenos Aires e não deixou dúvidas: tem futuro brilhante pelas quadras do mundo afora.
Se será outro Guga, ou até maior, é prematuro dizer.
O que já se sabe é que, além de jogar demais para quem tem tão pouca idade, sua cabeça é capaz de virar partidas e expectativas de maneira assombrosa bem antes de atingir a maioridade.
Sem o risco de recair no velho ufanismo, Fonseca começa a construir carreira luminosa, independentemente dos resultados obtidos neste começo de trajetória.
Nenhum exagero em dizer que temos, como nos tempos inesquecíveis de Gustavo Kuerten, por que acordar cedo ou dormir tarde para acompanhar o circuito da ATP.
O menino é de tamanha maturidade que até assusta.
Sozinho, contra a armada argentina, fez história diante da nada comportada torcida dos hermanos, a que cria no elitista esporte da bolinha amarela o clima que se vê no clássico entre Boca Juniors e River Plate.
Filipe Luís são outros 500.
Ainda aos 39 anos, ainda, se quisesse, capaz de ocupar a lateral-esquerda melhor que muitos dos que estão em atividade, o catarinense estava na Gávea à espreita de ser, enfim, o treinador que a Nação esperava desde a saída do lusitano Jorge Jesus.
Comandante do melhor elenco do futebol do continente americano, deve levar o Flamengo a ganhar o que disputar na temporada, exceção feita, mui provavelmente, ao Mundial de Clubes, Filipe Luís faz do rubro-negro, outra vez, o protagonista dos espetáculos imperdíveis.
Além do mais, dá entrevistas que dispensam media training.
Atencioso, educado, verdadeiro, admite erros, distribui elogios na conta certa, puxa orelhas como medida preventiva e, no caso, excessiva, como fez com Weslei depois que o lateral se divertiu na vitória sobre o Vasco, enfim, um técnico muito diferente do que estamos acostumados a ver pelo país afora.
Embora não seja nada histriônico, seu único problema tem sido o de controlar as mãos que, vira e mexe, maltratam os microfones — nada que seja tão preocupante a ponto de ele ter de parar de maltratá-los, porque o que faz com as mãos a boca corrige com louvor.
O ano mal começou e os esportes brasileiros apresentam dois personagens para acompanhar de perto em 2025.
CHOQUE-REI
O 0 a 0 entre Palmeiras e São Paulo teve primeiro tempo entediante e segundo um pouco mais vibrante.
Com Lucas Moura e Oscar poupados de jogar os 90 minutos em gramado sintético, o São Paulo só pensava no empate e até cera fazia ainda nos 45 minutos iniciais.
Com a entrada de Lucas o jogo todo melhorou, ele quase fez o gol em seu primeiro lance e Flaco López teve duas chances claras para abrir o marcador, uma delas evitada por grande defesa de Rafael.
Ultrapassar limites no esporte é sempre difícil, como se viu também na dificuldade de João Fonseca em fechar o 2 a 0 que lhe deu o primeiro título em torneio da ATP.
O Palmeiras está na fronteira do tetracampeonato inédito e agora vive sob o terrível risco de nem sequer passar da primeira fase do Paulistinha.
Algo simplesmente impensável.
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Folha de S.Paulo