Caso VaideBet: investigação liga diretores do Corinthians a criminosos
Os bastidores políticos do Corinthians seguem agitados, e nesta quarta-feira (14), o surgimento de um novo episódio envolvendo os valores do contrato (já rescindido) entre o clube e a empresa “Vai de Bet”, que patrocinou o Timão, pode pressionar ainda mais a polêmica gestão do presidente Augusto Melo.
A investigação da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro apontou uma ligação entre dirigentes corinthianos e o crime organizado, ao rastrear as movimentações financeiras do acordo firmado entre o Corinthians e a “Vai de Bet”, em 2024. A informação foi publicada pelo SBT.
Ainda segundo o veículo, uma quebra de sigilos bancários foi capaz de identificar as contas por onde passou o valor de R$ 1,4 milhão, que foi pago de maneira ilegal, como uma forma de comissão, na época.
O valor, que saiu de uma conta do Corinthians, trilhou diversos destinos bancários, até chegar a uma conta delatada pelo empresário Vinícius Gritzbach ao Ministério Público. Vale lembrar que Vinicius foi executado no aeroporto internacional de Guarulhos, em plena luz do dia, a mando do crime organizado, em novembro de 2024.
Um Relatório Técnico de Análise de Dados Financeiros e Bancários revelou que tal desvio (R$ 1,4 milhões) foi feito em duas parcelas de R$ 700 mil cada, em março do ano passado.
O valor foi recebido em contas bancárias da empresa Rede Social Media Design, de Alex Cassundé, um dos apoiadores de Augusto Melo na época das eleições do Clube do Parque São Jorge.
Em seguida, parte da quantia foi transferida pela empresa de Cassundé até a Neoway Soluções Integradas, em dois repasses de R$ 580 mil e R$ 462 mil.
A Neoway é uma organização apontada como fictícia. Ela estava registrada como posse de uma jovem de 23 anos, moradora de Peruíbe, litoral de São Paulo, que teve o nome usado como “laranja” nas operações.
A empresa fantasma chegou a fazer também transferências de altas cifras: R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas, que por sua vez, repassou novamente os valores, em três transferências que somaram R$ 874.150 para a UJ Football Talent Intermediação.
Esta última companhia chegou a ser citada por Vinícius Gritzbach, como parte do acordo de delação, junto à Promotoria.
Gritzbach declarou à Justiça que a UJ pertencia a Danilo Lima, o “Tripa”, que foi investigado pelo sequestro de Vinícius Gritzbach, ocorrido em 2022.
Por fim, a investigação da delegacia especializada indicou também o sumiço de R$ 525 mil, desviados dos cofres do Corinthians, ao longo das etapas de lavagem de dinheiro.
A reportagem do iG Esporte entrou em contato com o Corinthians, que se pronunciou:
“O inquérito policial está sob segredo de justiça, portanto não teremos nenhum comentário a adicionar. O Corinthians não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária do Clube”.
Cabe destacar que para os investigadores, os crimes de furto qualificado e lavagem de dinheiro ficaram evidenciados após a quebra dos sigilos bancários.
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Portal IG