Franciscos no futebol: lembranças no dia da morte do papa – 21/04/2025 – O Mundo É uma Bola


Esta segunda-feira (21) é um dia de pesar. Uma das figuras mais conhecidas no mundo, pela sua importância religiosa, nos deixou.

O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, na Argentina, expoente máximo da Igreja Católica, pontífice dos mais carismáticos e humanitários, morreu aos 88 anos, no Vaticano, em decorrência de AVC e insuficiência cardíaca, depois de um período de complicações respiratórias.

Francisco gostava muito de futebol. Era torcedor fervoroso do San Lorenzo, tradicional equipe de Buenos Aires. Menos famosa que Boca Juniors e River Plate, porém dona de uma Libertadores (em 2014) e de 15 títulos do campeonato nacional.

Relacionando o papa com o futebol, passei a pensar que grandes jogadores chamados Francisco o futebol brasileiro teve. Não me lembrei de nenhum.

Contudo Francisco, por aqui, com frequência vira Chico, ou Chiquinho, ou Chicão. E, nesses casos, é possível mencionar alguns.

O Chico mais famoso foi um ponta esquerda, Francisco Aramburu (1922-1997). Um dos ídolos da história do Vasco da Gama, ele atuou como titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, no Brasil.

O Mundial do Maracanazo, com derrota dolorida do Brasil, na decisão, de virada (2 a 1) para o Uruguai. Chico marcou quatro gols nessa Copa, sendo o vice-artilheiro do Brasil, atrás de Ademir de Menezes, que anotou oito e foi o maior goleador da competição.

Um outro Chico conhecido é Formiga, técnico e jogador.

Chico Formiga (Francisco Ferreira de Aguiar, 1930-2012) defendeu Santos e Palmeiras (foi zagueiro e volante) e treinou, entre outros, Santos (forjando no final dos anos 1970 a primeira geração dos Meninos da Vila, com Juary, Pita, Nílton Batata), São Paulo e Corinthians.

O apelido Formiga teria vindo de sua infância, devido ao comportamento inquieto. Era garoto rápido e ativo, lembrando os movimentos de uma formiguinha.

Outro de que me recordo é Chico Spina (Manoel Francisco de Andrade Espina, 69 anos), atacante com passagens por Internacional, Atlético-MG e Paysandu. Pelo colorado gaúcho, ganhou o Campeonato Brasileiro de 1979. Aposentado, tornou-se agente de jogadores.

Chicão, posso citar dois de mais renome.

O ex-zagueiro do Corinthians (Anderson Sebastião Cardoso, 43 anos), campeão do Brasileiro de 2011 e da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2012. Era o xerifão da zaga alvinegra. Além de líder, batia com certa competência faltas e pênaltis.

Curiosamente, ele não tem Francisco no nome de batismo. Segundo o próprio, quando criança, seu avô começou a chamá-lo de Chicão, sem um motivo lógico ou específico. Pegou e ficou, chegando ao futebol.

Aliás, o papa, assim como o ex-beque Chicão, não nasceu Francisco. Escolheu esse nome, ao assumir o posto em 2013, em homenagem a São Francisco de Assis (morto há cerca de 800 anos), um símbolo de humildade e da dedicação aos pobres.

Teve também o Chicão volante, Francisco Jesuíno Avanzi (1949-2008). Vestiu as camisas, entre outras, de São Paulo (ganhando o Brasileiro de 1977), Atlético-MG e Santos, e jogou pela seleção brasileira na Copa de 1978, na Argentina.

Era um atleta forte, combativo, que usava um bigodão. Relatos dão conta de que teve de raspá-lo depois de perder para o lateral esquerdo santista Gilberto Sorriso uma aposta feita antes de um São Paulo x Santos no fim da década de 1970 –caso Gilberto perdesse o jogo, perderia o cabelão estilo black power. Ouvi essa história no rádio, ainda quando garoto, então creio que é verídica.

Chiquinho houve vários, contudo nenhum, a meu ver, digno de estar em uma galeria da fama. Conheço quem chamasse o papa Francisco de “papa Chiquinho”, algo simpático e carinhoso. Poderia ser “papa Chicão”, devido à sua atuação grandiosa na Igreja.

Que o próximo papa possa ter aquele que finalizou sua missão em terra como exemplo –sendo Francisco ou não, gostando de futebol ou não.

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Folha de S.Paulo