FPF rebate MP e se manifesta contra a paralisação do Campeonato Paulista


No comunicado, a entidade cita ‘critérios científicos’ para não interromper o Estadual durante a piora da pandemia em São Paulo e em todo o território nacional

MARCO GALVãO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDOCorinthians e Ponte Preta se enfrentaram pelo Paulistão

A Federação Paulista de Futebol (FPF) emitiu uma nota na tarde desta terça-feira, 9, se manifestando contra a ideia da paralisação do Campeonato Paulista, como foi recomendado pelo Ministério Público Estadual através do procurador-geral da Justiça, Mario Sarrubo. No comunicado, a entidade cita “critérios científicos” para não interromper o Estadual durante a piora da pandemia em São Paulo e em todo o território nacional – na última semana, o Brasil bateu seguidamente o recorde de mortes diárias provocadas pela Covid-19.

Mais cedo, Mario Sarrubo havia tratado a suspensão do Paulistão como “imprescindível”. “O procurador-geral de Justiça fez sua recomendação ao governador João Doria, conforme o Aviso 5/21 a ser publicado no ‘Diário Oficial’ nesta quarta-feira, que, ‘à luz dos princípios da prevenção e precaução em matéria de saúde pública, tome as devidas providências para suspensão da realização de cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo e de eventos esportivos de qualquer espécie, inclusive partidas de futebol, durante a fase vermelha do Plano São Paulo’”, informou a nota oficial da Procuradoria-Geral de Justiça.

Ao mesmo tempo, a Rádio CBN informou que na próxima quarta-feira, 10, o governador João Doria (PSDB) irá comunicar a paralisação de todas as divisões do Paulistão. À reportagem do Grupo Jovem Pan, porém, a assessoria de comunicação da FPF informou que nenhuma determinação do governo foi feita até a tarde desta terça-feira.

Veja a nota oficial da FPF

A Federação Paulista de Futebol, por meio de seu Comitê Médico, presidido pelo Prof. Dr. Moisés Cohen, vem a público manifestar contrariedade à recomendação do Procurador-Geral, Sr. Mario Sarrubo, à paralisação dos jogos de futebol no Estado de São Paulo.

Elencamos, abaixo, critérios científicos que embasam a continuidade do futebol:

1 – O futebol retomou suas atividades seguindo um rigoroso protocolo de saúde, elaborado pelos médicos de todos os clubes e pelo Comitê Médico da FPF. O documento, que vem sendo seguido à risca durante todo este período, foi aprovado pelo Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado, órgão composto pelas maiores referências médicas no combate à Covid-19. O protocolo foi, inclusive, aprovado pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Ministério Público do Trabalho, representados em audiência de mediação pré-judicial para o retorno do futebol, em junho. Elogiado por todos os especialistas, o documento veta acesso do público aos estádios, estabelece testes recorrentes aos profissionais dos clubes e limita a quantidade de pessoas envolvidas na organização, fazendo das partidas locais seguros;

2 – A recomendação vai na contramão do combate à Covid-19 no mundo, como em países que realizaram rigorosos lockdowns em meio à segunda onda e mantiveram o futebol profissional em atividade. Nações como Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, mesmo com medidas extremamente restritivas à população, seguiram com suas ligas em atividade, sob o correto conceito técnico de que os jogos de futebol não são, sob nenhuma hipótese, locais que sugerem qualquer tipo de contaminação. E, além disso, o futebol é um importante entretenimento à população neste trágico momento que vivemos;

3- O futebol paulista, por meio da Federação Paulista de Futebol e dos clubes, tem sido um meio fundamental para a educação e conscientização da população sobre o combate à Covid-19. Lançamos antes do início do Campeonato Paulista a primeira campanha de enfrentamento à Covid-19 do futebol no Brasil: o Vacina FC. Trata-se de um movimento da FPF e de todos os clubes que incentiva a população a se vacinar, orienta e combate a desinformação, além de propagar informações sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar o contágio;

Por fim, a Federação Paulista de Futebol reitera que não há qualquer argumento científico que sustente a tese de que o futebol profissional gere aumento no número de casos. Pelo contrário, o futebol possui um protocolo extremamente rigoroso, com acompanhamento médico diário e testagem em massa de seus profissionais. Uma eventual paralisação seria ainda mais prejudicial ao combate à Covid-19, pois deixaria expostos milhares de atletas, que não mais passariam a ter o controle médico diário e de testagem que o futebol oferece. A FPF acredita que o Governo do Estado de São Paulo continuará seguindo a ciência e manterá o futebol profissional em atividade, seguindo o protocolo de saúde por ele aprovado.





Fonte: Jovem Pan