O Fluminense se tornou, na tarde de sexta-feira (4), o primeiro time classificado às semifinais da Copa do Mundo de Clubes. A equipe tricolor derrotou o Al Hilal, da Arábia Saudita, por 2 a 1, no Camping World Stadium, em Orlando, e deu mais um grande passo na competição nos Estados Unidos.
Martinelli e Hércules foram os autores dos gols que definiram o triunfo da formação carioca, que já havia derrubado o vice-campeão da Europa, a Inter de Milão, e agora está a um jogo da decisão. O adversário na próxima fase será definido ainda nesta sexta e sairá do embate entre o Palmeiras e o Chelsea, na Filadélfia.
O resultado contra o Al Hilal, celebrado por tricolores na Flórida e em todo o mundo, rendeu ao Fluminense mais US$ 21 milhões (R$ 113, 6 milhões) em premiação. Por sua campanha até aqui na rica competição da Fifa (Federação Internacional de Futebol), a agremiação das Laranjeiras já faturou US$ 60,8 milhões (R$ 329 milhões).
O dinheiro extra e a vaga nas semifinais foram assegurados em uma partida dura, contra um time que vinha de vitória por 4 a 3 sobre o Manchester City. No fim, sobreviveram os comandados de Renato Gaúcho, que suportaram nos minutos derradeiros a pressão exercida pelos atletas dirigidos pelo italiano Simone Inzaghi.
O duelo em Orlando foi antecedido por homenagens aos jogadores portugueses Diogo Jota e André Silva, que morreram em acidente de carro na Espanha, na última quinta (3). Rúben Neves e João Cancelo, seus compatriotas, atletas do Al Hilal, choraram no minuto de silêncio respeitado no Camping World Stadium.
Com a bola rolando, os dois times adotaram comportamentos cautelosos. Nenhum dos lados queria se arriscar, e muito pouco aconteceu até os 40 minutos, quando Cancelo se atrapalhou na tentativa de evitar um escanteio. Martinelli recebeu de Fuentes e acertou um ótimo chute, no canto esquerdo alto de Bono, para abrir o placar.
A formação saudita tentou responder em cruzamentos. Em um deles, Fábio fez boa defesa para impedir o gol de cabeça de Koulibaly. Em outro, o árbitro holandês Danny Makkelie chegou a apitar pênalti de Samuel Xavier por toque em Marcos Leonardo. Chamado ao vídeo pelo também holandês Rob Dieperink, reviu a jogada e mudou de ideia.
Após o intervalo, a bola entrou. Em batida de escanteio, Nonato e Bernal resolveram acompanhar Kanno e deixaram Koulibaly livre para o cabeceio. A bola caiu nos pés do brasileiro Marcos Leonardo, que teve calma para fazer o domínio na entrada da pequena área e igualar o marcador do confronto, aos seis minutos da etapa final.
O duelo ficou bem mais aberto do que se desenhara no primeiro tempo. Em erro de Renan Lodi, Cano teve grande oportunidade e falhou na tentativa de driblar o goleiro Bono. Do outro lado, Moteb ficou com sobra na área, em mais um escanteio que criou problemas ao Fluminense, e bateu por cima.
A partida ia ficando perigosa ao time brasileiro, que já não tinha o melhor encaixe na marcação. Mas Hércules conseguiu o lance decisivo aos 25 minutos, interrompendo contra-ataque do Al Hilal e tentando finalizar de fora da área. O chute foi desviado, Samuel Xavier ganhou de cabeça, e o próprio Hércules apareceu na frente de Bono para desempatar o jogo.
O Al Hilal buscou o ataque agressivamente nos minutos finais, sobretudo nos acréscimos, e frequentou a área do Fluminense, que resistiu. Os jogadores do time saudita reclamaram muito, pedindo um pênalti de Thiago Santos por agarrão em Koulibaly, mas as queixas não sensibilizaram o árbitro.
Folha de S.Paulo