Enfim, após ter recebido por longo tempo duras críticas, a CBF, por meio do novo presidente, Samir Xaud, anunciou necessárias mudanças no calendário do futebol. O Brasileirão será disputado durante todo o ano, os clubes da Série A vão jogar menos vezes e a duração dos estaduais será menor, com 11 datas no lugar de 16.
A Copa do Brasil terá mais equipes, 126 em vez de 92, e as da Série A entrarão na competição à frente, a partir de uma nova quinta fase. A Copa do Brasil se tornará mais democrática.
Por outro lado, penso que a nova Copa Sul-Sudeste, com 12 clubes, será uma perfumaria, ainda mais considerando que os times que estiverem disputando competições da Conmebol não participarão do torneio regional. Não ficou claro o que vai ocorrer com os clubes da Série A durante as “datas Fifa”.
Mesmo sem considerar os jogos deste sábado (4), o Brasileirão deste ano caminha para a formação de quatro grupos. Flamengo, Palmeiras e Cruzeiro –este com poucas chances– são candidatos ao título. Botafogo, Mirassol e Bahia possuem ótimas possibilidades de conseguir uma das seis vagas para a Libertadores. Do São Paulo, com 38 pontos, até o Santos, com 28, são dez times que lutam por vaga na Libertadores e para fugir do rebaixamento. Dificilmente os quatro últimos colocados (Vitória, Juventude, Fortaleza e Sport) escaparão da Série B.
No meio de semana, o Palmeiras, em casa, fez três gols em 23 minutos e garantiu o resultado. O Vasco, com zagueiros adiantados, desprotegidos e muito distantes do meio-campo, facilitou para o Palmeiras. A dupla de ataque formada por Vitor Roque e Flaco López deitou e rolou. O técnico Fernando Diniz deveria ter tido mais prudência na organização da estratégia da equipe.
Um belo e equilibrado jogo fizeram Flamengo e Cruzeiro no empate por 0 a 0. Até o árbitro foi muito bem nas decisões, mesmo marcando muitas faltas. Os dois times criaram várias chances de gol. O Cruzeiro marcou muito bem, com uma linha de quatro meio-campistas. Faltou ao time um jogador pelo lado rápido, driblador, que voltasse para marcar. Léo Jardim ia tentar isso ao colocar o jovem Sinisterra, mas teve de mudar os planos com a expulsão de William.
As duas equipes, além de ter ótimos jogadores, mostraram, novamente, que são intensas, compactas, com muita pressão para recuperar a bola, e alternam as jogadas de ataque com trocas de passes e transições rápidas. Mesmo sem jogar com os zagueiros recuados, os dois times não permitiram que os adversários explorassem os espaços nas costas dos defensores. Foi uma aula de jogo coletivo, moderno.
Faltaram ao jogo o lance genial de um craque e a participação do imponderável, do acaso. O futebol tem muitos segredos que vão além de nossa compreensão.
Preferências
Ancelotti, na dúvida, convocou jogadores que atuam na Europa, por causa do fuso horário no Japão e na Coreia do Sul e para preservar os times brasileiros –mesmo prejudicando o Cruzeiro, que jogará contra o Atlético-MG no dia 15, um dia após o jogo da seleção. O zagueiro Fabrício Bruno faz muita falta ao Cruzeiro. Penso que Andreas Pereira e Matheus Pereira deveriam ter sido chamados nos lugares de João Gomes e Joelinton. Acho ainda que os dois zagueiros do Flamengo, Léo Ortiz e Léo Pereira, são superiores a Beraldo, reserva no PSG.
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