Jogador de futebol tem carreira curta, por isso é preciso fazer o quanto antes o pé de meia, preferencialmente até os 30 anos, porque a partir daí a aposentadoria (não remunerada) começa a bater na porta. Ouvi muito isso. Não ouço mais.
Até o século passado, eram raros os jogadores que estendiam a carreira muito além dos 30 e poucos. Paravam devido a repetidas lesões, condição física deteriorada, falta de interesse dos clubes em seus serviços.
Com a evolução da fisiologia, os atletas ganharam de algumas poucas décadas para cá uma sobrevida significativa na carreira. O futebol também cresceu contundentemente como negócio, e os clubes se multiplicaram. Assim, o jogador tem mais opções no mercado, mais lugares para atuar, podendo prolongar seu tempo nos gramados.
Cristiano Ronaldo é um exemplo de longevidade no esporte. O supercraque português, eleito cinco vezes o melhor do mundo (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017), continua na ativa aos 40 anos, mantendo o faro artilheiro.
CR7 (assim apelidado pelas iniciais mais o número da camisa que usa), que teve passagens impactantes por Manchester United (Inglaterra), Real Madrid (Espanha) e Juventus (Itália), gloriosas nos dois primeiros, está desde 2023 no Al Nassr, da Arábia Saudita.
O leitor quarentão poderá dizer: “Mas nesse campeonato aí da Arábia, de segundo ou terceiro escalão, até eu faço um montão de gols”. Pode ser, bonzão. Mas mais que os mais jovens?
Eis o fato: sendo o campeonato fácil ou não, CR7 é o principal goleador do Sauditão (23 gols em 28 jogos), tendo mais competência para balançar as redes que todos os mais novos que ele, mais de 450 atletas, incluindo nomes conhecidos como o francês Benzema, 37 (21 gols em 28 jogos), e o senegalês Mané, 33 (13 gols em 29 jogos),
O maior artilheiro da seleção de Portugal (136 gols), e entre todas as seleções, tem contrato com o Al Nassr até a metade deste ano, porém não dá sinais de que vá partir do futebol, que vá pendurar as chuteiras tão logo.
Fisicamente, continua muito bem –sempre cuidou com primor do corpo–, e, se não renovar com a equipe, terá outras, em todos os países, para escolher.
Parar antes de fazer mil gols, ele não vai. Está com 934. E, quando decidir sair de cena, outro Cristiano Ronaldo estará nela.
Cristiano Ronaldo Júnior, 14, o mais velho dos cinco filhos de Cristiano Ronaldo, apareceu nesta semana para o mundo do futebol. Estreou pela seleção portuguesa, na categoria sub-15, em um torneio na Croácia.
Cristianinho, que foi criado pela avó paterna e que nunca teve o nome da mãe revelado pelo CR7, entrou no segundo tempo do duelo com o Japão (vitória lusa por 4 a 1) e, um dia depois, começou o confronto ante a Grécia (1 a 1), sendo substituído na segunda etapa.
CR7 Jr. veste a camisa 7, como o pai, tanto na seleção de seu país como no time sub-15 do Al Nassr, pelo qual anotou oito gols em 16 partidas no Sauditinha da sua categoria.
É atacante, como o pai, destro, como pai, e tem em campo características similares às do pai: ótimo controle de bola, grande velocidade, boa pontaria nas finalizações e capacidade para se posicionar taticamente. Bate bem faltas, como o pai, tem bom drible, como o pai, e talento no cabeceio, como o pai.
A altura do pai, não tem (1,87 m x 1,73 m), mas, como ainda está em fase de crescimento, pode chegar lá.
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Cristiano Ronaldo sempre incentivou Cristianinho a seguir seus passos e a imitar seu estilo, o que CR7 Jr. vem cumprindo à risca até agora.
Falta iniciar a contagem de gols pela seleção de seu país –CR7 pai fez sete em nove jogos na sub-15. Zerado em duas oportunidades, nesta sexta (16), contra a Inglaterra, terá nova chance.
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