Fifa: futebol não resolve conflitos, mas leva mensagem paz – 02/10/2025 – Esporte


O presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Gianni Infantino, disse nesta quinta-feira (2) que o futebol não pode resolver conflitos, mas deve carregar uma mensagem de paz e unidade, enquanto a operação militar de Israel em Gaza e outras tensões globais alimentam apelos para que o esporte se posicione.

“Na Fifa, estamos comprometidos em usar o poder do futebol para unir as pessoas em um mundo dividido”, disse Infantino durante uma reunião do Conselho da Fifa em Zurique, onde se encontrou com o presidente da federação palestina, Jibril Rajoub.

“Nossos pensamentos estão com aqueles que sofrem nos muitos conflitos que existem ao redor do mundo hoje, e a mensagem mais importante que o futebol pode transmitir agora é de paz e unidade.”

Infantino disse que o órgão dirigente do futebol mundial não poderia resolver crises geopolíticas, mas “pode e deve promover o futebol em todo o mundo aproveitando seus valores unificadores, educacionais, culturais e humanitários.”

“Encontrei-me hoje com o presidente da PFA (Associação Palestina de Futebol), Jibril Rajoub, na Casa da Fifa em Zurique para discutir a situação atual na região do Oriente Médio”, escreveu Infantino posteriormente no Instagram.

“Elogio o presidente Rajoub e a PFA por sua resiliência neste momento e reiterei a ele o compromisso da Fifa de usar o poder do futebol para unir as pessoas em um mundo dividido.”

A Fifa tem enfrentado repetidos apelos para agir em relação à guerra em Gaza, com autoridades palestinas pressionando pela suspensão de Israel do futebol internacional.

A questão está sob revisão pela Fifa há meses, mas nenhuma decisão foi tomada. Infantino tem dito consistentemente que tais assuntos requerem consenso com as confederações e devem ser tratados com cautela.

Os comentários vieram um dia depois de o vice-presidente da Fifa, Victor Montagliani, observar que qualquer decisão sobre a participação de Israel em competições europeias, incluindo as eliminatórias da Copa do Mundo, era uma questão para a Uefa (União das Associações Europeias de Futebol) decidir, efetivamente colocando o ônus sobre o órgão europeu.

“Antes de mais nada, (Israel) é um membro da Uefa, não diferente de eu ter que lidar com um membro da minha região por qualquer motivo… Eles têm que lidar com isso”, disse Montagliani a repórteres na conferência de negócios esportivos Leaders na quarta-feira (1º).

Israel está em terceiro lugar no Grupo I da Europa na fase de qualificação para a Copa do Mundo do próximo ano nos Estados Unidos, Canadá e México. A Anistia Internacional enviou na quarta-feira uma carta à Fifa e à Uefa pedindo que suspendam a Associação de Futebol de Israel.



Folha de S.Paulo