De volta ao Brasil pela terceira vez, a Fórmula E, categoria de automobilismo com carros elétricos, abriu neste sábado (7) a temporada 2024/25 com uma corrida agitada no circuito de rua no Sambódromo do Anhembi, onde Mitch Evans, da Nova Zelândia, ficou com a vitória.
As disputas acirradas na pista, comum na categoria que privilegia o equilíbrio entre as equipes, porém, não foi o suficiente para fazer o evento atrair um bom público, reforçando a dificuldade da FE para expandir a sua base de fãs no país.
Sob um clima de mormaço intenso e temperaturas superiores a 30º, o público esteve concentrado em arquibancadas descobertas distribuídas ao longo da reta principal, enquanto outros espaços destinados para fãs ficaram com vários lugares vazios. Ao todo, 21 mil pessoas compareceram ao evento, de acordo com os organizadores.
Com treino, classificação e corrida realizados todos no mesmo dia, os ingressos para a abertura da temporada custavam R$ 335 em todos os setores. Os valores são menores se comparados ao GP de São Paulo de F1, cujas entradas para a próxima corrida no país, em novembro de 2025, variam entre R$ 930 e R$ 19.300.
Em sua última visita ao Brasil, a principal categoria do automobilismo mundial levou cerca de 290 mil pessoas a Interlagos durante os três dias de atividades na pista. A FE ainda está bem distante disso, atraindo pouco mais de 20 mil pessoas por edição.
O Mundial de carros elétricos tem contrato com o município para realizar uma corrida por campeonato na cidade até 2027.
Dentro do atual vínculo, portanto, ainda restam mais duas corridas para trabalhar sua expansão por aqui. Pesa contra esse objetivo o fraco desempenho recente dos brasileiros na categoria —esse ano, o Brasil tem apenas um representante, Lucas Di Grassi.
O campeão da temporada 2016-17 ainda não conseguiu fazer uma boa exibição diante de seu público e, neste sábado, teve de abandonar a corrida após uma batida. A saída do brasileiro foi muito lamentada pelo bicampeão mundial de F1 Emerson Fittipaldi, convidado pela FE para marcar presença no Anhembi.
“Eu estive na primeira corrida [da categoria] na China [em 2014]. Eu espero que a Fórmula E continue crescendo e crescendo muito no mundo inteiro”, comentou Fittipaldi.
Para os fanáticos por automobilismo, a 11ª temporada trouxe os carros da chamada GEN3 Evo, a terceira geração dos monopostos, com modelos silenciosos e com pegada futurista, que contam com aceleração mais rápida, disparando de 0 a 100 km/h em 1,86 segundo –30% mais rápido que os atuais carros de F1.
Logo no início da prova em São Paulo, Jake Hughes, da Maserati, e Nico Müller, da Andretti, se chocaram e causaram uma bandeira amarela na prova. A corrida foi retomada, mas a falha de freios no carro de Jake Dennis, da Andretti, ocasionou uma bandeira vermelha e, então, a interrupção da corrida.
Na sequência depois da relargada, que aconteceu parada, mais uma bandeira vermelha: Nick Cassidy, da Jaguar, bateu com Pascal Wehrlein, da Porsche, entre as curvas quatro e seis. O carro do alemão capotou e a prova foi interrompida, tendo um acréscimo de quatro voltas.
Quando a disputa foi retomada, Mitch Evans, da Jaguar, conseguiu conduzir seu carro para a vitória, com Antônio Félix da Costa, da Porsche, e Taylor Barnard, da Neom McLaren, completando o pódio na segunda e na terceira, respectivamente.
A Fórmula E realiza a próxima etapa do campeonato na Cidade do México, em 11 de janeiro.