Ronaldo abriu novamente as portas de sua mansão no Morumbi, zona oeste de São Paulo, para receber alguns de seus mais famosos amigos no Galácticos Open. O torneio de tênis, organizado pela Fundação Fenômenos, visa arrecadar fundos para os projetos sociais da entidade através de doações ou patrocínios.
A coluna acompanhou o evento na quinta (13) e encontrou um Ronaldo mais descontraído que em anos anteriores —embora ainda avesso a entrevistas.
Após ser puxado pela mulher, a modelo Celina Locks, para tirar fotos e dar uma ligeira entrevista, o Fenômeno explicou o sorriso largo: “Eu sinto como se estivesse no céu”, disse, em referência a ter vendido os dois clubes que possuía.
Em abril de 2024, Ronaldo negociou o Cruzeiro, clube que o revelou para o futebol profissional, por R$ 600 milhões. Em maio, ele assinou um acordo para a transferência da participação majoritária que tinha no Real Valladolid, da Espanha, para um grupo de investimento norte-americano. Os valores não foram divulgados.
“Ainda estou trabalhando muito, como embaixador de marcas. Mas sem aquela pressão de fim de semana de ganhar ou perder jogo, é outra vida”. Ele também afirma que está mais empenhado na Fundação Fenômenos.
Na quarta (12), ele promoveu o Leilão Galacticos, que bateu o valor arrecadado do ano passado. “Isso quer dizer que vamos aumentar ainda mais o investimento já feito pela fundação”, conta.
O maior lance da noite foi de R$ 1,150 milhão por um lote que dá ao comprador a chance de participar da concepção de uma obra exclusiva criada pelos artistas Os Gêmeos. A influenciadora Virginia Fonseca arrematou um encontro com seu namorado, Vinicius Junior, por R$ 350 mil.
Ronaldo também dedicou o crescimento da Fundação a Celina, sua mulher, a quem se refere como “fenômeno”. “Foi uma das melhores surpresas que tive, porque ela é muito competente, muito determinada, ela acredita na causa. Ela tem muitos defeitos, mas também muitas qualidades que me fazem sentir orgulho, cada vez mais.”
Celina diz que teve “vocação” para tomar as rédeas do projeto. “Desde que comecei o meu relacionamento com o Ronaldo, eu sempre tive um carinho imenso pela fundação. Sempre fui embaixadora, mas, há cinco anos, ele me pediu para ser presidente do conselho [da instituição], com autonomia.”
Para ela, o segredo é tratar a entidade como empresa. “Eu consegui envolver outras marcas durante minha gestão. O Ronaldo sempre foi o mantenedor, claro. Eu também arrecado dele”, diz, rindo. Ela também possui uma linha de produtos de beleza, a Celina Locks Beauty.
Ronaldo ficou agarrado na grade da quadra a maior parte do tempo, assistindo a seus amigos jogarem. A primeira partida terminou em vitória do empresário Amilcar Lopes sobre o cantor MC Davi. No intervalo entre os jogos, Ronaldo fez questão de abrir o bar da casa.
O espaço tinha letras de LED na parede escrito, em inglês, “capitalismo mata o amor”, e servia drinks com nomes inspirados em termos do tênis, como “match point” e “deuce”. O serviço era do Banana Café, que possu um gastrobar no Jardim Europa.
Na sequência, Kaká e Amoroso, ídolos do São Paulo, pegaram a raquete e começaram a sacar.
Durante o jogo, Ronaldo saiu rapidamente para tomar uma injeção em um centro terapêutico improvisado atrás da quadra. A dose alivia uma dor na panturrilha causada por lesão na semana passada. Ele disse que jogaria “no sacrifício” contra Denílson.
“Estou esperando o pior porque fiz um planejamento terrível”, brincou. “A nossa brincadeira tem rivalidade, isso é certo. O Amoroso e o Kaká estão se matando aqui. Mas a gente se diverte, toma uma cerveja depois e tá tudo certo.”
A partida foi decidida no super tiebreak, e Amoroso levou a vitória. Kaká comentou que a disputa foi “gostosa”, apesar da derrota. “Treino há cinco anos, duas vezes por semana. Hoje é meu esporte favorito”, disse.
Ele é mais experiente que Rodrigo Santoro, que começou a jogar tênis há dois anos, e está escalado para jogar em dupla com o tenista André Sá. “Estou lidando com toda a complexidade [do esporte] aos 50 anos. O campeonato mesmo foi por pilha do Ronaldo, porque eu não tenho nível para estar jogando campeonato algum”, afirmou o ator.
Denilson chegou à tarde e afirmou que não pegaria leve com o anfitrião e sua perna lesionada. “Eu não tenho culpa né, pai?”, brinca. “Mas aumenta a minha responsabilidade. Se ele ganhar machucado vai ficar chato.”
Ele admite que o nervosismo aparece quando entra em quadra. “Meu braço encolhe, fico travado. Acho que é porque é um esporte que não domino. No futebol eu controlava o nervosismo. No tênis, não. Eu sinto o golpe.”
Ronaldo ganhou a partida.
com DIEGO ALEJANDRO, KARINA MATIAS e VICTÓRIA CÓCOLO
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Folha de S.Paulo


