O estádio San Siro, um dos mais famosos do mundo, será demolido depois que a Prefeitura de Milão aprovou nesta terça-feira (30) sua venda aos dois principais times da cidade italiana: Inter e Milan.
Os clubes haviam ameaçado abandonar a cidade se a venda não fosse aprovada.
Após mais de 11 horas de debate na prefeitura, a venda foi aprovada por 24 votos contra 20, por 197 milhões de euros (US$ 231 milhões, R$ 1,23 bilhão).
Os dois clubes da capital da Lombardia publicaram um comunicado conjunto para celebrar a decisão municipal, que, segundo eles, representa “um avanço histórico e decisivo para o futuro dos clubes e da cidade”.
Inter e Milan reiteraram a ambição de construir “um estádio de nível mundial destinado a se tornar um novo ícone arquitetônico para Milão e um símbolo da paixão dos torcedores em todo o mundo”.
Com a decisão, a capital econômica da Itália decidiu que Inter e Milan serão os proprietários do estádio emblemático e dos terrenos adjacentes.
O resultado da votação foi anunciado às 23h (horário de Brasília) de segunda-feira (29).
Os dois clubes, ambos de propriedade de fundos de investimento americanos, e o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, conseguiram o que buscavam após anos de incerteza a respeito do projeto avaliado em 1,2 bilhão de euros (US$ 1,41 bilhão, R$ 7,5 bilhões).
Os clubes apresentaram a proposta de compra do estádio em março. Um projeto anterior, no qual o terreno continuaria sendo público, foi abandonado em 2023.
Se a venda for concretizada antes de 10 de novembro —quando entra em vigor uma ordem de proteção aos edifícios públicos que impediria a demolição do San Siro— Inter e Milan assumirão o controle de mais de 28 hectares de terrenos públicos em uma área densamente povoada em um subúrbio na zona oeste de Milão.
O novo San Siro, com capacidade para 71.500 torcedores, deverá ser inaugurado em 2031. Em seguida, o atual estádio, o maior da Itália, com capacidade para 75.000 espectadores, será demolido.
A venda foi aprovada pelo município graças à abstenção dos vereadores do partido de direita ‘Forza Italia’, fundado pelo falecido ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que foi proprietário do Milan.
Os partidos de extrema direita Liga e ‘Fratelli d’Italia’ votaram contra a proposta, assim como alguns vereadores da maioria de esquerda que apoia o governo local de Sala.
Folha de S.Paulo