Domènec Torrent condena racismo contra Gerson: ‘Não podemos mais tolerar’


Confira a manifestação do treinador espanhol sobre o caso envolvendo o meio-campista do Flamengo e Índio Ramírez, do Bahia

Alexandre Vidal/CRF/DivulgaçãoDomênec Torrent treinou o Flamengo por três meses em 2020

Ex-treinador do Flamengo, Domènec Torrent usou as redes sociais nesta terça-feira, 22, para condenar o caso de racismo envolvendo o meio-campista Gerson ele acusa o colombiano Ramírez, do Bahia, de ter praticado injúria racial durante a partida entre as equipes no último domingo, 20. Através do Twitter, o técnico espanhol se solidarizou com o seu antigo comandando e disse que o preconceito é inadmissível. “Recebi com muita tristeza a notícia dos atos racistas contra o meia Gerson, que foi meu jogador no Flamengo e um homem de um caráter ímpar. O racismo é uma praga mundial que devemos combater todos os dias. Minha solidariedade ao Gerson e seus familiares!”, escreveu Dome. “Não podemos mais tolerar nesse tipo de situação!”, complementou.

Logo após a partida, Gerson explicou o por que se desentendeu com Ramírez. “Quero falar uma coisa: tenho muitos jogos como profissional e nunca vim falar nada porque nunca sofri esse preconceito. Quando tomamos um gol, o Bruno Henrique ia chutar uma bola, o Ramirez reclamou e fui falar com ele, que disse: ‘Cala a boca, negro’. Eu nunca sofri. Mas isso eu não aceito. Eu nunca falei de treinador. O Mano tem que saber respeitar as pessoas. Estou vindo falando em nome de todos os negros do Brasil”, relatou ao Premiere. Ontem, no entanto, o Bahia publicou um vídeo em que Ramírez dava a sua versão do ocorrido.  “Acontece que quando fizemos o segundo gol botamos a bola no meio do campo para sair rapidamente e disse ao Bruno Henrique: ‘jogue rápido, por favor’, ‘vamos irmão, jogar sério’. Aí ele joga a bola para trás e o Gerson, não sei o que me fala, eu não compreendo muito o português. Não compreendi o que me disse e falei ‘joga rápido, irmão’”, contou.

Nesta terça-feira, Gerson deu depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro. O volante foi acompanhado na delegacia pelo vice geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches, pelo advogado Rômulo Holanda, além de seu pai, Marcão, que também é seu empresário. O jogador deixou o local sem conceder entrevista, mas deu uma declaração em vídeo publicada no perfil do Flamengo nas redes sociais. “Vim falar sobre o ocorrido, mas não vim falar apenas sobre mim. Quero deixar bem claro que falo pela minha filha, que é negra. Pelos meus sobrinhos, que são negros. Meu pai, minha mãe, amigos .. por todos os negros no mundo. Hoje tenho status de jogador de futebol e voz ativa para poder falar e dar força às pessoas que sofrem racismo ou outros tipos de preconceito”, comentou.





Fonte: Jovem Pan