Do ‘cheirinho’ à final da Libertadores: como rivalidade entre Palmeiras e Flamengo cresceu nos últimos anos 


Desde 2016, paulistas e cariocas travam jogos ‘quentes’ dentro das quatro linhas e trocam provocações fora do campo

Montagem sobre fotos/reprodução/Douglas Magno/EFE/FlamengoPalmeiras e Flamengo farão a final da Libertadores no sábado, 27 de novembro, em Montevidéu, no Uruguai

Palmeiras e Flamengo consolidaram-se como os times mais ricos e organizados do Brasil nos últimos anos, disputando títulos importantes no cenário nacional e continental. Empilhando taças, o Alviverde e o Rubro-Negro fizeram com que a rivalidade entre eles aumentasse. A briga por troféus, entretanto, não foi o único fator responsável por transformar a partida em um “clássico” para as duas torcidas. Desde 2016, paulistas e cariocas travam jogos “quentes” dentro das quatro linhas e trocam provocações fora do campo. A partir das 17 horas (de Brasília) deste sábado, 27, a expectativa é que a final da Copa Libertadores da América traga todos esses elementos à tona no Estádio Centenário, em Montevidéu.

A rixa entre os dois clubes começou no Brasileirão de 2016, quando o Palmeiras, então líder do torneio, viu o Flamengo se aproximar e iniciar uma campanha dizendo que o “cheirinho” do hepta estava mais perto. Com a conquista da taça, alguns jogadores do Palestra, como o volante Gabriel e o meio-campista Tchê Tchê, provocaram nas redes sociais, falando em “cheirinho” de modo pejorativo. Dois anos depois, a situação se repetiu, com o Alviverde terminando na liderança do torneio, e o Rubro-Negro ficando na segunda posição. Campeão no Rio de Janeiro após o jogo contra o Vasco, o Verdão mais uma vez cutucou (e muito) o Rubro-Negro. No aeroporto, os jogadores provocaram dançando em frente à loja oficial do clube carioca.

No ano seguinte, no entanto, o jogo virou. Sob a batuta de Jorge Jesus, o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro e Libertadores da América, comemorando as duas taças em menos de 24 horas. Em uma das festas, o atacante Gabriel Barbosa puxou o coro com o grito de “O Palmeiras não tem Mundial. Não tem Copinha, não tem Mundial”. Dentro de campo, o Rubro-Negro aplicou duas sovas nos palmeirenses pelo Brasileirão, derrubado Luiz Felipe Scolari, no primeiro turno, e Mano Menezes, no segundo. Em 2020, o nível da rivalidade já era altíssimo e o confronto do primeiro turno foi cercado de expectativa. Dias antes da partida, porém, o Flamengo teve um surto de Covid-19 no elenco, solicitando o adiamento da partida. O Alviverde “bateu o pé”, exigindo que fosse seguido o protocolo da CBF, que mandava os times entrarem em campo se houvesse suficientes atletas em condições inscritos. O pragmatismo palestrino foi considerado ultrajante pelos rubro-negros. O jogo foi mantido e, com a bola rolando, terminou empatado em 1 a 1.

Já em 2021, os times inauguraram a temporada fazendo a decisão da Supercopa, que reuniu o atual campeão do Brasileiro (Flamengo) contra o último vencedor da Copa do Brasil (Palmeiras) em jogo único. Em excelente embate, com dois gols de Raphael Veiga, para o Verdão, e de Gabigol e Arrascaeta, para o Mengo, os times empataram por 2 a 2 e foram para os pênaltis no Mané Garrincha. Antes das cobranças, membros das duas comissões técnicas protagonizaram uma briga no túnel de acesso para os vestiários — seguranças do clube paulista e até mandatários dos rubro-negros, como Marcos Braz, participaram do entrevero. O Flamengo levou o título ao ganhar por 6 a 5 nas cobranças, em disputa emocionante. E, mais uma vez, caçoou do rival. Gabigol, desta vez acompanhado do grupo de pagode Menos é Mais, voltou a soltar a voz para entoar a clássica música provocativa e, após o versos “não tem Copinha, não tem Mundial”, acrescentou: “Não tem Supercopa”.





Fonte: Jovem Pan