Corinthians elege presidente para decisivos 16 meses – 23/08/2025 – Juca Kfouri


São três candidatos na disputa por 299 votos do Conselho Deliberativo.

André Castro, 46, conselheiro corintiano desconhecido e atrevido, promete investimento de um bilhão de dólares em parceria com operadora de factoring igualmente obscura.

Tem cheiro de aventura, orelha de aventura, olhos de aventura e boca de aventura.

Para um clube traumatizado pelas Taunsas da vida de Duilio Monteiro Alves e VaideBets de Augusto Melo, ambos na mira da Justiça, outra mirabolância parece insuportável.

Tudo indica que este André busca aparecer para ser candidato em 2026, quando expirará o mandato tampão de quem assumir agora ao vencer a eleição indireta na segunda-feira (25).

Para um clube traumatizado por Andrés duas vezes, o quase xará dele soa demasiado.

Osmar Stabile, 71, o atual presidente interino, é outro candidato, eleito como vice-presidente de Melo, o que, por si só, não o recomenda.

Além do mais, foi o responsável pela introdução do famigerado Marcelinho Mariano na vida do Corinthians, além de ser fã confesso do golpe militar de 1964.

Como tal, recusou-se a dar entrevistas para apresentar seu plano caso se eleja.

É empresário de verdade, do ramo metalúrgico, não como dizem ser outros três ex-presidentes corintianos, Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo. Stabile deixa claro que as empresas são sua prioridade, às quais se dedica pelas manhãs.

Finalmente, Roque Citadini é o terceiro nome.

Ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, advogado formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, um dos articuladores da Carta pela Democracia que amealhou mais de um milhão de assinaturas em 2022, é conselheiro vitalício do Corinthians, ex-vice-presidente de futebol e independente.

Prestes a completar 75 anos, aposentou-se no TCE, tem a vida ganha e ideias ousadas como a de separar o clube social do departamento de futebol.

Garante que não será candidato em 2026 porque quer fazer tudo o que for necessário para começar a sanear as finanças corintianas, o que significará cortar na carne e desagradar até quem venha a votar nele.

Caso ganhe, não será surpresa se convidar Paulinho, o volante que fez história no Corinthians como campeão da Libertadores e do Mundial, hoje no comando do Mirassol, para dirigir o futebol.

Os próximos meses serão decisivos na vida corintiana: é preciso acabar com a farra, botar para fora os que sangraram o clube e falar francamente com a torcida para não alimentar sonhos impossíveis para quem deve dois bilhões e meio de reais.

DEU A LÓGICA

Botafogo e Fortaleza se despediram prematuramente da Libertadores, como era previsível depois de não terem exercido como deveriam os mandos nos jogos de ida contra o argentino Vélez Sarsfield e a equatoriana LDU.

Óbvias também eram as classificações da Flamengo e Palmeiras, que atropelaram o Inter gaúcho e o Universitario peruano.

A incógnita maior estava no embate entre São Paulo e o colombiano Atlético Nacional —e o tricolor, com sofrimento exagerado em ambos os jogos, está nas quartas.

São Paulo x LDU, Flamengo x Estudiantes e Palmeiras x River Plate têm só um favoritaço; o Flamengo.

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Folha de S.Paulo