Em um jogo marcado pelo excesso de erros de passe e pela pouca criatividade, terminou sem gols o primeiro confronto da decisão da Copa do Brasil entre Corinthians e Vasco, nesta quarta-feira (17), em Itaquera.
Na Neo Química Arena, casa corintiana, o empate por 0 a 0 manteve a disputa aberta, que será definida no Rio de Janeiro, no próximo domingo (21), no Maracanã, a partir das 18h.
Em caso de nova igualdade no segundo duelo, o campeão será definido nos pênaltis. Foi assim, aliás, que as duas equipes chegaram à final. Na semifinal, o Corinthians superou o Cruzeiro, enquanto o Vasco eliminou o Fluminense, ambos em decisões nas penalidades.
Diante desse cenário, se os dois finalistas repetirem no Rio a exibição que tiveram em São Paulo, a definição do título nas penalidades aparece como um desfecho provável.
Dentro de campo, o primeiro tempo refletiu o equilíbrio apontado pelo placar. Com poucas chances claras de gol, o Vasco apostou na posse de bola, enquanto o Corinthians tentou explorar as jogadas de bola parada. Bem postadas, as defesas se sobressaíram e dificultaram a conclusão das jogadas ofensivas.
Ainda assim, a etapa inicial teve momentos de tensão, com dois gols anulados por impedimento. Primeiro, os visitantes assustaram a torcida corintiana ao balançar a rede com Rayan, que saiu cara a cara com Hugo Souza, aos 18 minutos. A resposta dos donos da casa veio aos 25, após cobrança de falta de Garro na área, desvio de Yuri Alberto e finalização de Memphis Depay na pequena área.
Com os dois lances invalidados, o primeiro tempo terminou sem nenhuma finalização certa para ambos os lados, um retrato do excesso de erros de passe visto ao longo da partida.
Na volta do intervalo, o Corinthians tentou assumir uma postura mais ofensiva e se fez mais presente no campo de ataque. Ainda assim, foi o Vasco quem esteve mais perto de abrir o placar.
Aos 22 minutos, o time carioca teve a melhor chance do jogo, quando o volante Barros subiu mais alto que a zaga e cabeceou na trave. O lance sintetizou um segundo tempo de raros momentos de emoção, novamente marcado pela falta de precisão nos passes e pela escassez de criatividade.
Os números reforçam essa leitura. Apesar da chance clara, o Vasco terminou a partida sem nenhuma finalização certa, embora tenha chutado mais vezes a gol, com 12 tentativas. O Corinthians teve nove, sendo duas na direção da meta, mas nenhuma exigiu grande intervenção do goleiro Léo Jardim.
O desempenho ficou aquém do esperado sobretudo para o time da casa. Com o estádio lotado e apoio constante desde o início, a torcida corintiana aguardava uma atuação mais dominante da equipe comandada por Dorival Júnior, especialmente pela presença do trio ofensivo formado por Rodrigo Garro, Memphis Depay e Yuri Alberto.
No entanto, mesmo com força máxima, o trio pouco produziu. Desinspirados, os atacantes não conseguiram furar a defesa vascaína. Na etapa final, após ser substituído aos 38 minutos, Depay deixou o gramado visivelmente irritado com a decisão de Dorival de sacá-lo para a entrada de Dieguinho.
Do banco de reservas, o holandês acompanhou os minutos finais marcados pela dificuldade do Corinthians em exercer pressão e transformar o mando de campo em vantagem no placar.
Após a partida, a leitura corintiana foi de surpresa com o comportamento do adversário. O volante Maycon afirmou que a equipe não conseguiu executar o plano de jogo, sobretudo no primeiro tempo.
“A nossa equipe se preparou para outro tipo de jogo e não conseguiu aplicar. O Vasco teve sucesso, mas temos capacidade de chegar ao Rio de Janeiro e conquistar o título. Não é o resultado que queríamos, gostaríamos de ter vencido”, afirmou.
Pelo lado vascaíno, o discurso foi de confiança para o duelo decisivo. O atacante Rayan destacou que, apesar do empate, o time agora terá a vantagem de atuar diante de sua torcida.
“Eles fecham bastante o meio, a gente procurou jogar mais por fora hoje. Não saiu o gol, mas, se Deus quiser, vai sair, e vamos sair campeões de lá [no Rio de Janeiro]”, disse. “No domingo, a nossa torcida estará lá, os ingressos já se esgotaram. Se Deus quiser, vamos conquistar a vitória e o título”, completou.
Além do aspecto esportivo, a decisão também tem impacto financeiro relevante. Os dois finalistas já garantiram ao menos R$ 33,075 milhões em premiação por avançarem à decisão, valor destinado ao vice-campeão. Quem levantar a taça receberá mais R$ 44,1 milhões e assegurará vaga na Libertadores de 2026.
Folha de S.Paulo
