Conselheiros do Corinthians se reuniram nesta segunda-feira (20) no Parque São Jorge para decidir o futuro do presidente Augusto Melo, mas a votação que definiria o processo de impeachment do cartola foi adiada.
Antes de analisar a ação protocolada por 90 conselheiros, houve uma votação sobre a admissibilidade do mérito da questão. Apesar de decisão favorável, embora por uma margem pequena, optou-se por adiar a votação do afastamento devido ao horário.
Como a reunião se estendeu até às 23h30, muitos conselheiros já tinham ido embora, sobretudo os mais velhos.
Agora, caberá ao presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, marcar uma nova data para a votação do processo que pode determinar o afastamento de Augusto Melo.
Até que uma nova data seja anunciada, o mandatário do time alvinegro continuará exercendo seu cargo normalmente.
O pedido de afastamento de Augusto Melo tem como base as supostas irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas esportivas VaideBet. Uma investigação da Polícia Civil, ainda sem conclusão, apura a suspeita de que o intermediário da negociação seria um laranja —o clube se diz vítima.
A denúncia é referente ao pagamento de R$ 25,2 milhões, como comissão de intermediação pelo acordo com a VaideBet, à Rede Social Media Design, que pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que atuou na campanha de Augusto. Essa empresa repassou parte da comissão para a Neoway Soluções Integradas em Serviço, registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, uma mulher que mora em residência humilde em Peruíbe e nem sabia da existência da empresa.
Em junho, o site de apostas anunciou a rescisão unilateral do acordo, por ver sua imagem desgastada com o caso. À época, em nota, o Corinthians afirmou que “todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas”. “O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”, dizia o texto.
“O Corinthians é vítima”, afirmou Augusto, em julho de 2024, em entrevista à Folha. “Desde o começo, eu sempre me coloquei à disposição. Como presidente, o que eu quero é esclarecer o mais rápido possível, mesmo porque o Corinthians é vítima. A partir do momento em que você tem um intermediário que faça alguma coisa, dali para fora o que ele faz é problema dele.”
Folha de S.Paulo