“O futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes da vida”, disse o lendário treinador italiano Arrigo Sacchi. Futebol era seu ofício, mas eu englobaria nessa fala o esporte em geral, pelo bem que nos faz, seja assistindo ou praticando.
Não é exagero dizer que o ano de 2024 foi difícil, independentemente de onde no planeta você esteja. Guerras, aquecimento global, um lunático eleito para liderar a maior economia do mundo, violência, custo de vida alto, além de todas as preocupações da vida cotidiana que geram estresse e ansiedade.
E é também por isso que o esporte e a atividade física precisam fazer parte nossa rotina. De preferência, diariamente e para sempre. Não escrevo isso como sugestão, acho que deve ser obrigação mesmo. Talvez você não perceba, mas, a cada dia, o esporte dá forças e nos salva um pouco.
Em um momento em que redes sociais e aplicativos de namoro têm destruído a interação social, há vários estudos mostrando como o esporte pode ajudar a combater a epidemia de solidão causada pelo mundo moderno. Assistir a um esporte, seja em um estádio ou pela televisão, é um dos jeitos mais divertidos de socialização. E cada vez mais vejo amigas solteiras entrando em grupos de corrida e trocando o sentimento de rejeição online pela velha e boa empolgação e frio na barriga que só uma conversa ao vivo, olho no olho, traz.
Sempre pratiquei vários esportes ao longo da vida e não me canso de repetir como a corrida me faz bem. Deixa meu corpo mais forte, minha mente alerta, ajuda-me a resolver problemas e me dá autoconfiança ao mesmo tempo em que mostra minhas limitações. Ter adotado comigo mesma um pacto de tentar fazer alguma atividade física diariamente aumenta minha disciplina. E, pensando no longo prazo, traz satisfação saber que estou fazendo o melhor que posso para ter uma velhice com menos sofrimento.
Em dias muito frios de inverno aqui em Londres ou quando me sinto desanimada por algum motivo, fico orgulhosa quando consigo sair da zona de conforto, calço o tênis e vou rodar alguns quilômetros sentindo o vento gelado no rosto. Tem vezes que o exercício físico só é bom quando acaba. Precisamos vencer a inércia sabendo que, no fim, vai ter valido a pena. E sempre vale.
Além disso, quanto podemos aprender com a dedicação e a resiliência dos atletas profissionais, e nos inspirar vendo o amor que eles têm pelo que fazem. Neste ano, não faltaram bons exemplos entre os brasileiros.
Vinicius Junior foi, merecidamente, eleito o melhor jogador do mundo. Beatriz Haddad Maia entrou no top-10 do ranking mundial no tênis feminino. Nos Jogos Olímpicos de Paris, Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Caio Bonfim, Duda, Ana Patrícia, Beatriz Souza e tantos outros nos ensinaram que, com dedicação, realizar sonhos é possível. Nos Paralímpicos, o Brasil ficou pela primeira vez entre os cinco primeiros no quadro de medalhas, mostrando o que talento e boa gestão podem fazer pelo esporte do nosso país.
E para você? De que forma o esporte fez parte da sua vida? E como pode continuar ou entrar na sua rotina e lhe ajudar a ter uma vida mais alegre e saudável no ano que vem? Fica aqui uma singela sugestão de reflexão para o fim do ano. Um ótimo 2025 para todos.
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Folha de S.Paulo