Colombianos protestam contra a realização da Copa América 2021


Torneio está marcado para iniciar no dia 13 de junho e também acontecerá na Argentina

EFE/Carlos OrtegaDezenas de pessoas participaram do quarto dia da “greve nacional” contra o governo do presidente Iván Duque para exigir mudanças em suas políticas e o fim da brutalidade policial

Um ringue de boxe improvisado, uma partida de futebol em uma das principais avenidas de Bogotá e atividades artísticas marcaram o protesto realizado nesta quarta-feira, 19, em frente ao estádio El Campín contra a realização da Copa América, que a Colômbia sediará no próximo mês em conjunto com a Argentina. “Não deixe o Estado marcar um gol. Não à Copa América”, disse um dos grafites que os manifestantes fizeram em uma parede de El Campín, uma das sedes do torneio continental. Dezenas de pessoas participaram do quarto dia da “greve nacional” contra o governo do presidente Iván Duque para exigir mudanças em suas políticas e o fim da brutalidade policial. Com grafite que dizia “#NoALaCopaAmérica” e cartazes com mensagens como “A Copa de Sangue. A bola não se mancha”, os manifestantes se reuniram em frente ao estádio em rejeição ao torneio continental, que foi ratificado nas últimas semanas pela Conmebol e pelo governo da Colômbia.

Os manifestantes improvisaram partidas de futebol e vôlei e até montaram um ringue de boxe, demarcado com uma fita amarela e localizado na Avenida NQS, uma das mais importantes da capital colombiana. No local, os manifestantes com bandeiras colombianas amarradas ao pescoço calçaram as luvas e começaram a lutar diante do olhar de pequenos grupos que gritavam. Da mesma forma, e como parte dos protestos contra o governo, ocorreram atividades culturais e de malabarismo na área, além de filas de taxistas que pintaram seus veículos com mensagens como “Viva a greve nacional” ou “Resistência”. No último sábado, o ministro dos Esportes da Colômbia, Ernesto Lucena, afirmou em entrevista coletiva que o governo segue firme na organização da Copa América em conjunto com a Argentina, apesar da incerteza desencadeada pelos protestos sociais iniciados há três semanas.

“Vamos usar a Copa América como um vínculo de paz, de expressão”, disse Lucena em entrevista coletiva. “Sei que existem posições diferentes em relação ao evento, mas hoje a Colômbia, mais do que nunca e como em 2001, precisa da Copa América”, acrescentou. A Copa América, que seria disputada em 2020, foi adiada para este ano devido à pandemia e está programada para ser disputada de 13 de junho a 10 de julho. A ameaça de protestos, que começou no dia 28 de abril e já deixou 42 mortos (41 civis e um policial), em fatos marcados pela brutalidade policial e vandalismo, paira sobre o desenvolvimento do torneio.

Nesse sentido, o ministro Lucena garantiu que sobre “a questão da segurança”, o governo entregará à Conmebol um relatório com o qual procura dar “um pouco de tranquilidade”. As declarações do ministro colombiano foram feitas após incidentes entre a polícia e manifestantes ocorridos depois das partidas de futebol disputadas na semana passada nas cidades de Barranquilla – palco da final da Copa América – e Pereira.

*Com informações da EFE





Fonte: Jovem Pan