Chega ao fim neste domingo (13) a primeira edição da Copa do Mundo de Clubes, versão anabolizada do velho Mundial, agora com 32 participantes e o formato consagrado na disputa de seleções. O MetLife Stadium, em East Rutherford, receberá o desfecho de uma competição que enfrentou questões climáticas e teve crescente sucesso, após um início de públicos diminutos.
Em campo, enquanto sofriam com o calor no verão dos Estados Unidos e lidavam com interrupções nas partidas por risco de raios, Chelsea e Paris Saint-Germain foram avançando. Trilharam caminhos bem distintos, embora ambos com adversários brasileiros, trajetórias que parecem não deixar dúvidas sobre o favoritismo do lado francês.
O PSG chegou à América do Norte já com quatro títulos no ciclo 2024/25: Supercopa da França, Campeonato Francês, Copa da França e Liga dos Campeões. O troféu europeu foi levantado com um massacre de 5 a 0 sobre a Inter de Milão, e a equipe dirigida por Luis Enrique manteve o ritmo na Copa de Clubes –com um sobressalto, é verdade.
A campanha na América do Norte teve início com uma vitória por 4 a 0 sobre o Atlético de Madrid, seguida de um chamativo tropeço, uma derrota por 1 a 0 para o Botafogo. Três semanas depois, o time brasileiro está em crise, com novo técnico, enquanto Luis Enrique tenta dar o passo derradeiro de uma temporada avassaladora.
“É um objetivo que temos desde o início, mas é difícil conseguir”, afirmou o treinador, referindo-se à possibilidade de erguer a quinta taça da temporada, na nova e multibilionária competição da Fifa (Federação Internacional de Futebol). “Vamos dar tudo na final, porque será difícil que algum clube possa repetir tudo isso no futuro”, acrescentou o meio-campista Vitinha.
Passado o revés diante do Botafogo –com vários habituais reservas escalados como titulares, note-se–, o Paris Saint-Germain retomou a forma que vinha exibindo. No mata-mata, teve uma goleada protocolar sobre o frágil Inter Miami, superou o forte Bayern e destruiu o Real Madrid, com um 4 a 0 que pareceu pouco.
Do outro lado, o Chelsea passou por um pequeno Campeonato Brasileiro. Na primeira fase, perdeu por 3 a 1 para o Flamengo, o que acabou deixando-o na segunda posição do Grupo D. Dessa maneira, foi para a metade do chaveamento no qual estavam o Palmeiras, superado por 2 a 1, e o Fluminense, derrotado por 2 a 0.
A vaga na decisão foi obtida com dois bonitos gols de João Pedro, que castigou o clube no qual nasceu para o futebol. O brasileiro de 23 anos foi contratado há pouco mais de uma semana, em uma janela de transferências especial autorizada pela Fifa para os participantes do Mundial, e já pode ter seu nome marcado na história do clube londrino.
“Acho que foi um início dos sonhos, não poderia ser melhor. Dois gols. Agora, é ter toda a concentração na final. Vai ser a minha primeira chance de um título como profissional”, afirmou o atacante, que só foi escalado contra o Fluminense por causa da suspensão do centroavante titular, Liam Delap.
É provável que o paulista tenha tomado a posição, mas Delap está novamente à disposição do técnico Enzo Maresca, assim como o zagueiro Levi Colwill, outro que cumpriu suspensão nas semifinais. Já o lateral direito Reece James e o volante Moisés Caicedo lutam contra problemas físicos na tentativa de ser escalados.
Luis Enrique, por sua vez, tem quase todo o time habitualmente titular do PSG à disposição, exceção feita ao zagueiro Willian Pacho –suspenso até o fim da competição por causa de sua expulsão nas quartas de final, mesma situação do reserva Lucas Hernández. O brasileiro Beraldo deve novamente ficar com a vaga de Pacho.
Até nas condições físicas a formação francesa parece estar em condição de superioridade, diante de um adversário que tem demonstrado cansaço no segundo tempo, com reclamações de seu treinador sobre a maratona. Mas resta um esforço final para os comandados de Maresca buscarem seu segundo título na temporada.
Quarto colocado do Campeonato Inglês, o Chelsea conquistou a Conference League, espécie de Champions League Série C, hierarquicamente inferior à Liga dos Campeões e à Liga Europa. Agora, tem a oportunidade de derrubar o vencedor do principal torneio europeu e ficar marcado como o dono da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes.
Folha de S.Paulo