Champions asiática: Firmino ressurge e conduz time à taça – 04/05/2025 – O Mundo É uma Bola


Teve brasileiro se destacando na decisão da Champions League (Liga dos Campeões). Não a europeia, que está na fase de semifinais, mas a asiática, decidida neste sábado (3), na Arábia Saudita.

Não só um brasileiro. Dois.

O atacante Galeno, 27, ex-Porto, fez o primeiro gol do saudita Al Ahli contra o japonês Kawasaki Frontale no estádio Rei Abdullah, em Jedá, tomado por 60 mil pessoas, torcendo maciçamente para o time da casa.

Roberto Firmino deu o passe para Galeno marcar e cruzou na cabeça do marfinense Kessié, autor do segundo gol. Com duas assistências no 2 a 0, o brasileiro de 33 anos foi o nome do jogo, sendo eleito o MVP (most valuable player, jogador mais valioso) da final.

Firmino está “fora de cena” desde a metade de 2023, quando deixou o gigante inglês Liverpool –no qual permaneceu por oito temporadas e ganhou Champions League e Mundial de Clubes em 2019, além de um Campeonato Inglês e outros títulos– para se aventurar no Al Ahli.

Nada mais natural (deixar a cena). Afora o português Cristiano Ronaldo (CR7), badaladíssimo por ser (junto com o argentino Messi), o melhor jogador até agora do século 21, quem sai da Europa e vai ganhar (mais) dinheiro no Oriente Médio some do noticiário.

Por quê? Porque os campeonatos de lá (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar) são considerados desinteressantes pela maior parte do mundo, Brasil incluído.

No Liverpool, Firmino formou ataque memorável com o egípcio Mohamed Salah e o senegalês Sadio Mané.

Mané, como o brasileiro, deixou o futebol europeu na metade de 2023 e se mandou para a Arábia Saudita (Al Nassr, mesmo time do CR7). E, como o brasileiro, “sumiu”, ninguém mais soube, ninguém mais viu.

Salah prossegue no Liverpool e continua muito (bem) falado. Renovou contrato recentemente –especulava-se que iria para onde estão Firmino e Mané– e, em temporada individual portentosa, liderou os Reds ao título da Premier League e é um dos cotados a ganhar os próximos prêmios de melhor do mundo (Bola de Ouro e The Best).

Voltando a Firmino, a última vez que eu me lembro de ter escrito sobre ele foi quando Tite o excluiu da convocação para a Copa do Mundo do Qatar, em novembro de 2022. Inclusive, considerei significativa sua ausência, achava que poderia ser um bom substituto para Neymar.

Nesta Champions asiática, o alagoano de Maceió mostrou que ainda rende. Na campanha invicta do título inédito do Al Ahli, vestindo a camisa 10 e com a braçadeira de capitão, atuou em 12 dos 13 jogos (dez deles como titular), marcou seis gols e deu sete assistências.

Na fase decisiva, disputada no intervalo de nove dias em sede única (Jedá), com jogos eliminatórios, brilhou não só na final, mas nas quartas de final (um gol e uma assistência no 3 a 0 no Provincial Electrical, da Tailândia) e na semifinal (um gol no 3 a 1 no duelo saudita com o Al Hilal, do técnico Jorge Jesus).

Terminou com o prêmio de melhor da competição.

Será que o português Jesus, caso seja o próximo técnico da seleção brasileira (é um dos cotados), resgatará Firmino, que não veste a camisa amarela desde 2021?

Do jeito que a seleção anda capenga, talvez seja o caso de dar nova chance ao veterano. Alguns dirão: ele está jogando em uma liga periférica e a Champions asiática não é “a” Champions, não é a Libertadores.

Não é mesmo, o nível é inferior. Mas dezenas de jogadores poderiam ter sido o craque da competição (entre eles o CR7, que caiu na semifinal). Firmino é quem foi, e pode, com sua visão de jogo e inteligência, oferecer mais que Joelinton ou Lucas Paquetá na seleção.

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Folha de S.Paulo