A boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting, campeã olímpica em Paris-2024, se submeterá aos testes de gênero obrigatórios antes do Mundial de Liverpool, em setembro, declarou seu treinador à AFP nesta quinta-feira (21).
Lin, junto com a argelina Imane Khelif, esteve no meio de uma polêmica sobre seu gênero durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, nos quais ganharam o ouro.
A World Boxing declarou na quarta-feira (20) que as mulheres que desejarem participar do Campeonato Mundial na Inglaterra, entre 4 e 14 de setembro, terão que se submeter a “testes de gênero obrigatórios”, de acordo com sua nova política, que entrou em vigor no mesmo dia.
“Eles anunciaram que todos devem passar por eles, então nós também passaremos”, disse Tseng Tzu-chiang, treinador de Lin.
“Se você quiser competir, precisa seguir as regras da competição. Como vamos participar, teremos que seguir as regras deles”, acrescentou.
A nova política obriga que as esportistas com mais de 18 anos que desejarem participar em uma competição organizada pela World Boxing tenham que se submeter a um teste PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para determinar seu sexo de nascimento.
Lin e Khelif participaram nos Jogos Olímpicos de 2021, isentas de polêmica, e naquela ocasião nenhuma ganhou uma medalha.
Ambas foram excluídas pela IBA (Associação Internacional de Boxe) do Mundial de 2023, depois que a organização disse que elas haviam falhado nos testes de elegibilidade de gênero.
Mas o COI (Comitê Olímpico Internacional) permitiu que ambas competissem em Paris, dizendo que haviam sido vítimas de “uma decisão repentina e arbitrária da IBA”. Ambas conquistaram o ouro olímpico na França.
Nem Khelif nem Lin são mulheres transgênero. Ambas nasceram e cresceram como mulheres e assim ficou refletido em seus passaportes.
A World Boxing organizará as competições de boxe dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, após receber o reconhecimento provisório por parte do COI.
Folha de S.Paulo