Brasileirão tem 12 técnicos demitidos em 13 rodadas – 16/07/2025 – Esporte


Após 13 rodadas disputadas pela maior parte dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro até aqui, 12 técnicos já perderam seus cargos por resultados aquém do esperado em campo, provocando uma queda no tempo médio de permanência dos treinadores à frente das equipes.

A demissão mais recente foi a do argentino Juan Pablo Vojvoda, que deixou na noite de segunda-feira (14) o Fortaleza.

Anunciado em 4 de maio de 2021, Vojvoda é considerado o maior técnico da história do clube, tendo conquistado três edições do Campeonato Cearense e duas da Copa do Nordeste, mas não resistiu a uma sequência negativa de nove partidas sem vitória, com sete derrotas.

Ele era o segundo técnico mais longevo dos 20 da Série A, tendo completado 1.532 dias à frente do Leão do Pici.

Com a queda de Vojvoda, a média de permanência dos treinadores no Brasileirão sofreu uma queda de cerca de 20,2%, passando de 345 para 275 dias, aproximadamente.

A média acaba sendo puxada para baixo pelos 12 técnicos que assumiram seus cargos ao longo de 2025.

Apenas de junho até agora, foram quatro novos treinadores —Daniel Paulista deixou o Remo e assumiu o Sport no lugar de António Oliveira, na segunda troca de comando no campeonato (o luso Pepa já havia sido rifado pela diretoria em maio), enquanto Hernán Crespo chegou para sua segunda passagem no São Paulo, após a dispensa do conterrâneo Luis Zubeldía.

No Botafogo, Davide Ancelotti deixou a comissão do pai na seleção brasileira e foi contratado para o lugar de Renato Paiva, demitido após a eliminação para o Palmeiras na Copa de Clubes, e Fábio Carille, que perdeu o trabalho no Vasco na sexta rodada, chegou ao Vitória para substituir Thiago Carpini.

Somente nove equipes —Atlético Mineiro, Bahia, Ceará, Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Mirassol, Palmeiras e Red Bull Bragantino— ainda não promoveram trocas de técnico no Brasileirão 2025.

O primeiro técnico a perder o trabalho nesta edição do campeonato foi Mano Menezes, que havia sido anunciado pelo Fluminense em 1º de julho de 2024 e foi demitido logo após a derrota para o Fortaleza, ainda na estreia do Brasileiro.

O treinador não ficou muito tempo desempregado, e, em abril, já foi anunciado para sua segunda passagem pelo Grêmio, assumindo no lugar do argentino Gustavo Quinteros.

No Brasileiro de 2024, após 13 rodadas, nove treinadores já tinham deixado seus cargos.

Ao final do campeonato que teve o Botafogo como campeão, foram, ao todo, 23 trocas de comando técnico, envolvendo 16 equipes da Série A.

Desde que o Brasileiro passou a ser disputado no modelo de pontos corridos por 20 equipes, em 2005, o ano com o maior número de demissões foi em 2015, com 32 mudanças.

Naquela temporada, apenas Tite, campeão com o Corinthians, começou e terminou o campeonato no mesmo clube.

O português Abel Ferreira, por sua vez, é o técnico há mais tempo no cargo na elite do futebol brasileiro. Anunciado no Palmeiras no já longínquo 30 de outubro de 2020, o treinador completou nesta terça-feira (15) 1.719 dias no clube.

Ele é também o técnico mais longevo da história centenária do alviverde em uma única passagem, seguido por Oswaldo Brandão, que comandou o clube por 1.327 dias nos anos 1970, e por Luiz Felipe Scolari, que ficou à frente da equipe por 1.101 dias.

A longa permanência do luso está diretamente relacionada à fase vitoriosa do clube. Desde sua chegada vindo do PAOK, da Grécia, foram dez taças, incluindo duas do Campeonato Brasileiro (2022 e 2023) e duas da Copa Libertadores (2020 e 2021), empatado com Brandão como o treinador mais vencedor da história palestrina.

O segundo mais longevo passa a ser agora Rogério Ceni, no Bahia há 675 dias, com a conquista do Baiano de 2025, além da presença nas semifinais da Copa do Nordeste, contra o Ceará, batendo o Fortaleza nas quartas.

O ex-goleiro é seguido por Leo Condé, anunciado em julho de 2024 pelo Ceará, conseguindo o acesso do time à Série A, e por Roger Machado, que chegou ao Internacional há 362 dias e pôs fim a uma série de sete títulos estaduais consecutivos do rival Grêmio, com a conquista do gaúcho de 2025 pelo colorado.



Folha de S.Paulo