Bobadilla é indiciado por injúria racial contra Navarro

O paraguaio Damián Bobadilla, do São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil por injúria racial com motivação xenofóbica contra o venezuelano Miguel Navarro, do Talleres, nesta quarta-feira (11).

O atleta tricolor prestou depoimento às autoridades nesta tarde, após o término da Data FIFA, conforme solicitado pelo clube paulista no final de maio. Após o encontro, o indiciamento do jogador foi decidido por Rodrigo Corrêa, delegado do Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva).

“Hoje ele compareceu com um advogado, a gente tem a convicção que os elementos de autoria do crime realmente caem sobre ele, e ele foi indiciado pelo crime de injúria racial”, disse o delegado em entrevista à ESPN.

O profissional também explicou os próximos passos do processo envolvendo a acusação de Navarro contra  Bobadilla.

“Agora estamos na fase final da investigação, concluído o inquérito, encaminharemos (o processo) ao poder judiciário, ao Ministério Público, para o promotor ter uma ciência de tudo o que foi apurado e adotar as medidas pertinentes em âmbito de ação penal”, falou Rodrigo.

Ainda segundo o delegado, Bobadilla se declarou inocente durante o depoimento, alegando que foi provocado pelo lateral venezuelano antes, e apenas retrucou.

“Ele fala que foi provocado antes pelo jogador Navarro, e assim, respondeu a provocação. Porém, não há nenhuma testemunha indicada por ele que possa confirmar a defesa”, concluiu.

Entenda o caso

Na reta final da vitória do São Paulo sobre o Talleres por 2 a 1, no final de maio, em partida válida pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. o defensor venezuelano Miguel Navarro, do time argentino, começou a chorar de maneira descontrolada em campo, resultando em uma grande paralisação.

O momento aconteceu logo após o gol de Luciano, no final do segundo tempo, que sacramentou a triunfo paulista no Morumbis. Navarro ficou muito irritado com Damián Bobadilla, volante tricolor (veja abaixo o momento).

Após o término do confronto continental, o defensor foi até a Polícia Militar no estádio, de acordo com informações divulgadas pelo jornalista Guilherme Azevedo, da revista “Placar”.

Em seu depoimento, Navarro revelou às autoridades presentes no local que foi chamado de “venezuelano morto de fome” pelo jogador são-paulino.

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*Reportagem em atualização