No domingo passado, 13 de abril, terminamos o round 3 do Brasileiro com dois nomes no topo da artilharia. Curiosamente, ambos estrangeiros e de times do Rio: o uruguaio Arrascaeta, do Flamengo, e o argentino Vegetti, do Vasco.
O mesmo dia 13 de abril é a data do aniversário do maior de todos os artilheiros do campeonato nacional, Roberto Dinamite —também é o dia do aniversário de mamãe (grato), do bigodudo e aposentado atacante Rudolf Völler, o querido Rudi; do facínora Butch Cassidy, destaque em outro tipo de artilharia e que, sim, existiu, e não, não era gato como Paul Newman.
Dinamite anotou 190 gols em 22 edições, quase todos pelo mesmo Vasco de Vegetti. Foram 328 partidas, com média de 0,58 por jogo —ou seja, em número de pelejas, seria como oito edições de pontos corridos e mais um turno, aproximadamente. Mas eram outros tempos, com regulamentos mudando a cada edição.
Em 1974, ano de título vascaíno, Roberto foi o artilheiro, com 16 gols. No entanto, o time que foi à final contra o Cruzeiro disputou 28 jogos —dez a menos em comparação ao sistema atual.
Assim, era de esperar que na era dos pontos corridos, com 38 jogos para todos os times, alguém fosse capaz de bater a marca de Dinamite.
Claro que para ser o maior artilheiro do Brasil, o moço precisa atender a alguns pré-requisitos: 1) é preciso começar a se destacar cedo no Brasileiro, de preferência ainda na idade teen; 2) até pode ser vendido para algum clube europeu, mas é preciso falhar miseravelmente no Velho Continente para voltar ainda tinindo para o Brasil; 3) atuar em um time que não seja ioiô, desses que estão sempre subindo e descendo; 4) não ter graves lesões.
Dinamite chegou a ser vendido para o Barcelona em 1980. Ficou apenas três meses no clube catalão e retornou ao Vasco em maio do mesmo ano.
Dos jogadores atuais, quem mais ameaça a artilharia histórica é Lil Gabi, antes conhecido como Gabigol.
O atacante-trapstar já tem 114 gols e deve entrar em breve no top 10 de todos os tempos —o décimo colocado atualmente é Luís Fabiano, com 116, incluindo alguns pelo Vasco, veja só.
Com 28 aninhos e zero perspectiva de sair do país —após a fracassada passagem pela Inter de Milão—, o atacante precisaria de uma média de cerca de 15 gols nos próximos cinco campeonatos para alcançar Dinamite. Considerando que o rapaz também é um exímio batedor de pênaltis, a tarefa parece bem exequível.
No entanto, virar reserva de um Cruzeiro meio desarrumado não ajuda. Apesar disso, Lil Gabi deve chegar rimando aos 158 gols do vice-líder histórico, Fred. Mas os 190 de Dinamite ainda parecem imbatíveis.
Round 38 – Encaixotado
O gol de Samuel Xavier na vitória do Fluminense contra o Santos, no round 3, foi o último prego no caixote. Pedro Caixinha não está mais entre nós. Com a degola do míster português, agora restam 18 técnicos, e o placar ainda mantém a vantagem local: Brasileiros 10 x 8 Estrangeiros.
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