Andrés Sanchez reconhece que merecia sofrer impeachment no Corinthians


O presidente do Timão explicou por que deveria ter sido afastado e classificou o erro como um dos piores de sua gestão

Peter Leone/O Fotográfico/Estadão ConteúdoAndrés Sánchez é o atual presidente do Corinthians

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, admitiu nesta quarta-feira, 23, que merecia sofre impeachment no clube no ano passado, quando contratou o meio-campista Franzinho, de 27 anos, para a equipe Sub-23 do time do Parque São Jorge. Restando poucos dias para deixar o cargo (a partir de 3 de janeiro, Duílio Monteiro Alves assume o posto), o mandatário reconheceu que o negócio feito em 2019 foi um dos piores atos de sua gestão.

“Merecia o impeachment. Não queriam me dar um impeachment para cima e para baixo? Esse era um motivo. Lógico que era. Como o presidente contrata um jogador com 27 anos para o sub-23? Faz contrato, paga salário. Tinha que ter impeachment. Mas eles achavam que impeachment era o déficit do balanço, disse Andrés, em entrevista ao “Ge.com”. “Ele (Franzinho) sempre esteve na base no Corinthians. No começo era só para treinar (no sub-23). Depois o pai pressionou para ter contrato, depois pressionou para ter salário, depois para ser titular. Aí passou do limite”, complementou.

Andrés Sanchez explica que cedeu à pressão de alguns membros do Corinthians e de alguns colegas, assumindo a responsabilidade pela contratação. Vale lembrar que Franzinho é filho de Fran Papaiordanou, que é conselheiro do Timão e chegou a apoiar Mario Gobbi nas eleições. “Eu sabia. Não me arrependo, pelo garoto jamais, eu sabia que seria criticado, faz parte do processo, nem sempre dá para fazer do jeito que você acha que tem que fazer. Às vezes tem que ceder algumas coisas. E não foi por causa do Fran, foram por amigos em comum, e eu cedi à pressão. Assumo totalmente a responsabilidade”, falou.

O presidente do Corinthians, por outro lado, disse que não se arrepende de criar a categoria Sub-23 do Corinthians, alvo de críticas por parte da torcida. “Eu fiz o sub-23 com consciência. Lógico que no segundo ano foi diferente. Muito jogador não comprou a ideia do sub-23. Tinha jogador do Corinthians que estourava a idade da base e preferia ir para o Oeste, para o Joinville, para o raio que os parta e não para o sub-23. Hoje o jogador do Corinthians que estoura a idade entende que o sub-23 é o caminho dele para o profissional. Perdemos muito jogador (no passado) por não ter o sub-23. Everton Ribeiro, Weverton, Antonio Carlos, um monte de jogador que não jogava no profissional, não podia jogar no sub-20 e ficava lá treinando dois meses, cinco meses, dez meses, um ano”, arrematou.





Fonte: Jovem Pan