A seleção brasileira é pentacampeã do mundo mesmo com alguns presidentes da CBF processados ou punidos por corrupção e outros crimes. A entidade, por ter muito dinheiro, dava as condições materiais, e as comissões técnicas e os jogadores planejavam e executavam a logística e os desempenhos técnicos e táticos.
Por outro lado, vários dirigentes promíscuos da CBF, das federações e dos clubes fizeram muito mal ao futebol brasileiro, dentro e fora de campo. Calendários, gramados e arbitragem são péssimos e vários clubes possuem grandes problemas financeiros e morais.
O novo e desconhecido presidente anunciado da CBF, Samir Xaud, é o presidente eleito da federação de Roraima, como sucessor do próprio pai, à frente da entidade por 45 anos. Esquisito! Não entendi nada o motivo de ter sido escolhido como novo presidente da CBF.
Enquanto isso, a bola rola no Brasileirão, na Copa Sul-Americana, na Libertadores e na Copa do Brasil. É jogo demais.
No Brasileirão, com exceção do Palmeiras, que ganha em casa e fora, ocorrem pouquíssimas vitórias dos times visitantes, muito menos que nos anos anteriores. Antes, os times da casa, estimulados pelos torcedores, iam para o ataque de qualquer jeito. Agora planejam e treinam a marcação por pressão para tentar sufocar a outra equipe. O Cruzeiro, mais uma vez, fez isso com grande eficiência. Foi melhor que o Atlético, mas criou poucas chances de gols, no empate por 0 x 0.
O Galo não conseguia sair com a bola, trocando passes, por causa da pressão do Cruzeiro e porque não prioriza o meio-campo nem tem boa qualidade individual ali. Como é frequente, o Atlético abusou dos chutões e das bolas longas da defesa para o ataque.
O Palmeiras, além de ser o único time brasileiro com dois jogadores de nível técnico parecido para quase todas as posições, alterna as estratégias de acordo com o momento e o adversário, sabe poupar dois a três jogadores diferentes a cada partida, sem perder em qualidade, e ainda faz cada jogo como se fosse o último, o decisivo.
Os clássicos regionais Cruzeiro x Atlético, Flamengo x Botafogo e Corinthians x Santos tiveram pouquíssimo brilho. O melhor foi Bahia x Vitória, com vitória do Bahia por 2 x 1. O Flamengo, mesmo com domínio da bola e do jogo, continua criando poucas chances de gols, mesmo quando têm todos os titulares. A equipe está muito repetitiva quando passa do meio-campo, com jogadores muito fixos, no tradicional esquema com dois volantes em linha, um meia de ligação, dois pontas e um centroavante. O forte do time é do meio para trás.
Será que Neymar, ao ver o Santos na zona de rebaixamento, está desanimado, pois lhe prometeram que o time lutaria por títulos? Será que o clube está arrependido pelo enorme investimento, já que Neymar, contundido, não joga? Carlo Ancelotti está de olho na sua possível volta à equipe.
O futebol brasileiro parece um novo rico: instável, irresponsável, cheio de dinheiro das casas de apostas. Muitos clubes gastam o que não podem. Vê-se um individualismo dentro e fora de campo. Há muito jogo individual e pouco coletivo, muitos jogadores dribladores rápidos e poucos meio-campistas de talento, organizadores.
O individualismo em campo é um reflexo da sociedade.
Colunas e Blogs
Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Folha de S.Paulo