Lá se vão 65 anos sem que o futebol brasileiro ganhe do francês em Copas do Mundo.
Então, na Suécia, nas semifinais, no primeiro jogo entre as duas seleções, deu Brasil por 5 a 2, contra os favoritos franceses, que jogaram com um a menos desde os 35 minutos do primeiro tempo, quando havia empate em 1 a 1.
O zagueiro Jonquet, em dividida com o centroavante Vavá, machucou-se e ficou em campo só para fazer número porque não havia substituição.
A goleada impiedosa teria provocado a maldição de bruxa francesa, e nunca mais nem homens nem mulheres do Brasil conseguiram vencer a França, em três Copas masculinas (1986, 1998 e 2006) e em mais três femininas (2003, 2019 e agora).
Em Brisbane, na Austrália, a história se repetiu.
Depois de primeiro tempo decepcionante das Canarinhas, com dificuldade enorme para sair de seu campo de defesa e perda de gol incrível por Adriana, o 1 a 0 ficou barato, tamanha a superioridade francesa.
No segundo, não. Houve equilíbrio, Debinha empatou meio que por acaso em bola espirrada, e quando o empate, ótimo para o Brasil, parecia decretado, nova bola na área e nova cabeçada selaram a vitória francesa por 2 a 1.
Agora restará vencer as jamaicanas, na quarta-feira (2), em Melbourne, de novo às 7 da matina.
Na única vez em que as equipes se encontraram, as Canarinhas ganharam por 3 a 0, na Copa do Mundo de 2019, em Grenoble, na França, com triplete da agora ausente Cristiane e sem a Rainha Marta, poupada.
VERNÁCULO
Não bastasse o “essa bola” dos ex-jogadores que hoje comentam futebol em todos os canais, e seguidos por tantos jornalistas nas transmissões como se existisse outra bola que não a em disputa, há novos modismos duros de ouvir.
Ninguém mais decide, apenas toma decisões. Fulano erra muito nas “tomadas de decisão”.
Ninguém mais, também, oferece, cumpre, dá ou traz, mas “entrega”. Beltrano “não entregou” o prometido.
Volta, Tostāo, volta à televisão.
Para não falar do cacófato “havia dito”, que prolifera em textos e vozes.
Que passem, como passaram o “a nível de” ou o “inserido no contexto”, embora ainda haja os recalcitrantes.
ORGULHO
Anos atrás escrevi sob encomenda um conto que virou livro infantil, lançado pela editora Papagaio, “O passe e o gol”.
Que foi maravilhosamente ilustrado pelo artista plástico uruguaio Eduardo Albini. Sem demagogia, as ilustrações dão de 10 a 0 no texto.
Simplesmente por isso valeu a pena incursionar uma vez, e nunca mais, pela ficção, que não é coisa para amadores.
Alegria ainda maior veio em seguida, quando a Companhia Teatro Grande Urso Navegante, criada e dirigida pelo educador e multiartista Laerte Asnis, transformou o livro em peça de marionetes e saiu estrada afora para apresentá-la, sempre sem cobrança de ingresso —como sem cobrança de direitos autorais.
A estreia, em Paraisópolis, com umas 400 crianças, foi das emoções de minha vida.
Tudo isso para dizer que neste domingo (30), às 16h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), na avenida Europa, em São Paulo, o grupo reapresentará a peça na Maratona Infantil de Julho, toda dedicada ao futebol para celebrar a Copa do Mundo de futebol na Oceania. Com entrada gratuita.
O Botafogo impedirá que eu vá, mas bem que a rara leitora e o raro leitor podem levar seus rebentos. E, se eles não gostarem, do que duvido, botem a culpa no autor do texto.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.