À JP, criador do Reffis promete modernização e abre o jogo: ‘O São Paulo parou no tempo’


Questionado sobre o alto número de lesões do time treinado por Hernán Crespo, o profissional listou alguns problemas de planejamento do clube

Reprodução/Jovem PanTuríbio Leite está de volta ao São Paulo após 11 anos

O São Paulo está modernizando a sua infraestrutura. Para isso, o Tricolor está contando com um importante e velho conhecido nome. Trata-se de Turíbio Leite de Barros, Mestre e Doutor em Fisiologia do exercício pela EPM e que trabalhou no Tricolor por 25 anos, sendo um dos responsáveis por criar o Reffis, o centro de reabilitação de atletas do clube. Em entrevista ao programa “Seleção JP”, do Grupo Jovem Pan, o profissional abriu o jogo e disse que a agremiação paulista “parou no tempo”. “Estive no CT da Barra Funda na semana passada e, na realidade, está do mesmo jeito que eu saí, só que 11 anos mais velho. Do mesmo jeito, infelizmente”, disse o especialista, que deixou o São Paulo em 2010. “O clube, mesmo tendo aquela bagagem de ser um centro de referência, não evoluiu. Quem tinha o poder de decisão na época, considerou que a estrutura era melhor do que a dos adversários e não precisava modernizar, reformular. A gente sabe que não é assim. Agora, paramos no tempo. Isso foi confirmado até pelos próprios diretores que estão lá”, completou.

À Jovem Pan, Turíbio deu exemplos de como o São Paulo vai trabalhar para recuperar o tempo perdido. “Eu fiquei nos últimos quatro anos nos EUA e tive a oportunidade de visitar grandes clubes do futebol americano, basquete, entre outros esportes. Existem vários equipamentos que a gente já deveria ter. Um exemplo é um laser, que tem o poder enorme na recuperação dos atletas. Ele tem uma potência cinco vezes maior dos que temos hoje. Esse é um exemplo. Então, não conseguimos nos conformar em um atleta se recuperando de uma lesão muscular em 40 dias. É o que está acontecendo no São Paulo hoje. Nós estamos trabalhando para reformular isso. Além desse aparelho, tem outros chegando através de uma parceria que nós fizemos. Eu acredito que, até o começo do ano que vem, o São Paulo terá o melhor centro de recuperação de atletas do Brasil. Nesta semana, deve ser instalado no São Paulo uma câmera hiperbárica, que alguns clubes já tem, como Flamengo e Corinthians. Nós conseguimos através de uma doação. Além desse, conseguimos mais cinco aparelhos, que serão entregues ainda neste mês”, comentou.

Questionado sobre o alto número de lesões do time treinado por Hernán Crespo, o profissional listou alguns problemas de planejamento do clube. “São vários fatores para este alto número de lesões. A estrutura defasada, sem dúvidas, é um dos fatores. Se estivéssemos atualizados, algumas dessas lesões poderiam ser evitadas. Ainda assim, houveram vários fatores, como a pandemia, que tirou a pré-temporada. Houve, certamente, um investimento muito grande no Campeonato Paulista. Além disso, houve uma mudança de comissão técnica radical. O grupo que chegou é composto basicamente por argentinos, que não tinham experiência para se adaptar ao futebol brasileiro e às características dos jogadores brasileiros. Então, o programa de treinamento foi alterado de uma forma brusca. Tudo isso contribuiu para uma maior incidência nas contusões”, declarou o profissional, que volta ao clube com mais seis profissionais, sendo três médicos, uma fisioterapeuta, uma profissional de nutrição e outra de biomecânica.





Fonte: Jovem Pan