O Corinthians pisou o gramado do Maracanã ainda sob a orientação de treinador interino e sob o olhar do novo contratado, Dorival Júnior no estádio.
Do outro lado, simplesmente o Flamengo, a Nação e o elenco de estrelas.
Nas costas o alvinegro suportava a rejeição unânime das contas do primeiro ano da indigestão Augusto Melo por parte do Cori, o Conselho de Orientação Fiscal composto de três eleitores do cartola, e o pedido de demissão do diretor financeiro, Pedro Silveira, em cujo período o clube aumentou a dívida em R$ 598 milhões, ao atingir nada menos que R$ 2 bilhões e 568 milhões.
Melo é responsável por gestão tão temerária como seus antecessores e esconde a verdade tal e qual.
Por mais que Dorival Júnior seja tranquilo gestor de elencos, o desafio que tem pela frente é colossal.
Evitar a contaminação do vestiário pela calamidade do desgoverno em Parque São Jorge é como esperar que a seleção da Palestina, submetida ao genocídio imposto pelo Estado de Israel, guardadas todas as proporções, se classifique para a Copa do Mundo.
Daí não ter sido surpresa o baile que o time levou no primeiro tempo, ao sofrer 3 a 0 nas três vezes em que o Flamengo chutou entre as três traves, descontada uma, de Pedro, autor de um dos gols, na trave. Cebolinha e Dom Arrascaeta fizeram os outros dois.
Dizer que beirava a humilhação é pouco, porque humilhava mesmo, e muito, tamanha a diferença de desempenho entre os dois times dos clubes mais populares do país, dentro e fora de campo.
Mesmo sem forçar, como se estivesse com pena, o Flamengo marcou mais uma vez, com Pedro em cobrança de pênalti cometido por Igor Coronado em Dom Arrascaeta, para fechar o 4 a 0.
Até o assoprador de apito revelou dó dos visitantes e, ao ouvir o olé que vinha das arquibancadas, com mais de 67 mil torcedores, deu apenas três minutos de acréscimos, quando o jogo exigiria, no mínimo, o dobro.
Aos corintianos resta esperar pelo indiciamento de Melo no escândalo da VaideBet.
Chipacífico
Mais uma vez Marcelo Paz, o comandante do Fortaleza, dá exemplo de como se comportar quando seu time é prejudicado.
À falta de conclusão do VAR sobre o gol não validado do tricolor contra o Sport, ele contrapôs, educadamente indignado, a necessidade do chip na bola, assim como lembrou que nada justifica não ter ainda sido adotado no Brasil o impedimento automático.
Se a CBF tem tanto dinheiro para mordomias, como não investir na limpeza do jogo?
Dirão alguns que Paz votou pela reeleição do inqualificável Ednaldo Rodrigues e, portanto, não pode reclamar.
Ora, desde quando o cidadão está proibido de protestar contra quem elege?
Ao contrário, é ponto pacífico, até exatamente por ter votado em alguém é que o eleitor tem mais direito de exigir de quem elegeu.
E, cá entre nós, pedir ao líder de clube nordestino aquilo que os dos grandes do Sul Maravilha não fazem é cobrar heroísmo com pescoço alheio.
Pena que o presidente do Sport, tão prejudicado em dois jogos consecutivos, fique calado quando beneficiado.
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Folha de S.Paulo