“Mudei muito”, diz Nego do Borel, depois de passar por acidente de moto



Como está sendo a recuperação? 

A cada três dias tenho de trocar os curativos. Coça muito, dá muita agonia. Tenho ficado em casa porque não posso pôr o pé no chão, mas não consigo ficar parado. Ando de moto desde os 14 anos, trabalhei até de mototáxi levando as pessoas para cima do morro. Nunca caí. Até agora to tentando entender o que aconteceu. 

Do que você se lembra? 

Estava a uns 20, 30, quilômetros por hora e fui colocar o celular na cintura. Quando passei na lombada, perdi o controle do guidão e, quando fui ver, já tava no chão. A moto me arrastou. Senti até osso raspando no chão. Foi muito rápido. Vários motoristas pararam. Algumas pessoas me reconheceram e começaram a filmar. Não deixei. Entrei no carro de um senhor e pedi que ele me levasse para a casa. 

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Você encara esse episódio como um caso de racismo? 

Eu não julgo essas pessoas porque é complicado falar. Às vezes não é por maldade. Gera curiosidade por eu ser famoso. Mas eu teria atitude diferente se visse isso acontecer com outra pessoa. Teria ajudado. 

O que você vai fazer com a moto? 

Tenho quatro motos. Tô pensando em abrir uma empresa de mototáxi no condomínio (risos). Na verdade, pretendo sorteá-las entre os fãs. Estou atrás de patrocínio porque não ando, elas ficam paradas no sol e na chuva, mas não posso ter prejuízo. Vai ser tipo uma rifa. 

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O acidente serviu para você se reconciliar com seus sogros que não aceitam o seu namoro com a modelo Duda Reis? 

Meu sogro que é médico foi quem indicou o cirurgião que fez a cirurgia. Sou grato a ele, mas falta uma conversa nossa. Nunca entendi o que aconteceu. Não bati nela, não agredi. Todo casal discute, mas depois fica tudo bem e é normal. Deve ter chegado alguma coisa assim [fofoca] para eles. Sou um filho bom, um namorado bom. Não quero briga, sou da paz. Até parei de beber. Agora, quero brincar de papai e mamãe.

Você já foi acusado de preconceito contra homossexuais. Você mudou em relação a isso também?

Não queria ter errado da forma que errei. Hoje sei do preconceito que essa galera enfrenta. Fui criado na favela, num ambiente que tinha muita brincadeira [sobre homossexualidade]. Hoje, sei que são brincadeiras que machucam. Estou aprendendo com esses erros, mas criando casca também. 

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O que mais pretende fazer?

Quero fazer uma faculdade de administração para ser empresário de outros funkeiros. Estou estudando inglês também. Já aprendi algumas palavras: “I want toilet”, eu quero ir ao banheiro! (risos).



Fonte: Jovem Pan