Líder de seita sexual que se infiltrou em Hollywood é condenado a pagar US$ 3,4 milhões a vítimas | Pop & Arte


Keith Raniere, líder de uma seita que transformava mulheres em escravas sexuais e se infiltrou em Hollywood, foi condenado a pagar US$ 3,4 milhões (R$ 17,7 milhões) de indenização a 21 vítimas. Ele já cumpre uma pena de 120 anos de prisão desde 2019.

Allison Mack, atriz de “Smallville”, foi condenada em junho de 2021 a três anos de prisão por envolvimento com o grupo Nxivm.

A série “The Vow”, lançada em 2020, conta o esquema escabroso e explica, com detalhes, a fachada limpa que encobria a seita sexual Nxivm. Como um falso “grupo de autoajuda” baseado na violência existiu durante vinte anos e se infiltrou em Hollywood?

O lado podre já é conhecido: a atriz Allison Mack, atriz de ‘Smallville’, foi presa por recrutar escravas sexuais para o “coach” da seita. Elas tinham o peso controlado, eram chantageadas com fotos eróticas e até marcadas a ferro. Mack se declarou culpada em 2019.

Allison Mack comparece a evento em Nova York, em 2010 — Foto: Bryan Bedder/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

O mérito inicial de “The Vow” é mostrar, através dos depoimentos longos de dois ex-integrantes da seita, o seu lado falsamente positivo e sedutor.

O diretor Mark Vicente e a atriz Sarah Edmondson foram atraídos para o culto e tinham perfis semelhantes: artistas lutando por destaque na indústria de entretenimento dos EUA. Cheios de ambições e de frustrações, eram alvos perfeitos da seita manipuladora.

A atriz da série “Smallville”, Allison Mack, que participou do sistema de “escravo e mestre” do Nxivm — Foto: Getty Images

Os novatos viam vídeos e paletras que os ensinavam a abandonar suas “crenças limitadoras” e, depois, recrutar novos integrantes para subir na hierarquia. Por trás do mistério, a tal seita Nxivm era um misto de autoajuda e esquema de pirâmide.

Eles descrevem e o encantamento pelo líder, Keith Raniere, que posava de intelectual e mentor de ricos e famosos. Ao seguir seus mandamentos, se sentiam mais poderosos e seguros.

A chave para entender o mecanismo do culto aparece no final do episódio. É quando aparece a mulher de Mark, a australiana Bonnie Piesse. Ela atuou nos filmes da saga “Star Wars” do início dos anos 2000 como a jovem Beru Lars.

Bonnie Piesse como Beru Lars em ‘Star Wars, Episódio II: Ataque dos Clones (2002)’ — Foto: Divulgação

O perfil de Bonnie é o mesmo dos outros dois ex-integrantes: artista ambiciosa, mas frustrada – na época, tentava sem sucesso ser cantora. Aí fica claro como este tipo de seita seduziu Hollywood, um lugar movido a vaidade, cheio de pessoas vulneráveis ao tal “coach”.

Alison Mack aparece mais tarde, vista como estrela. Mas, apesar de atuar numa série em alta, na pele da melhor amiga do jovem Clark Kent, não era uma atriz consagrada. Seu maior prêmio foi de atirz coadjuvante no Teen Choice Awards de 2001. Perfil não muito diferente dos outros.

“The Vow” tem direção do egípcio-americano Karim Amer e da libanesa-americana Jehane Noujaim, dupla indicada ao Oscar em 2014 pelo eletrizante documentário político “The Square”, sobre os protestos da Primavera Árabe no Egito.

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Fonte: Pop & Arte