John Legend, o bom-moço do soul americano, lança novo disco


Posicionada lateralmente, a câmera que transmite ao vivo as performances caseiras de John Legend ao piano flagra uma parede branca, preenchida por prateleiras com dezenas de prêmios, entre eles um Oscar, um Globo de Ouro, um Tony, um Emmy e vários Grammy. Aos 41 anos, Legend é dos poucos artistas que conquistaram os cinco troféus. “Algumas pessoas acham um pouco arrogante exibi-los nas lives, mas eles sempre estiveram lá, antes de as apresentações ao vivo acontecerem. Eu não os movi”, garantiu Legend em entrevista a VEJA por vídeo.

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Capricho de vaidade ou não, Legend tem direito de ser exibido de vez em quando: ele é um dos caras mais simpáticos da música, e não à toa um dos jurados mais amados do reality americano The Voice. Também é um rematado bom moço, tanto em seu ativismo contra o racismo quanto na vida pessoal. É pai orgulhoso de duas crianças e sua música mais famosa, All of Me, foi inspirada em sua esposa, a modelo Chrissy Teigen, com quem é casado desde 2013.

Seu novo álbum, Bigger Love, o sétimo da carreira e já disponível nas plataformas de streaming, foi composto antes de o mundo ser atingido pela pandemia e dos protestos pelo assassinato de George Floyd. O trabalho, com inconfundível mistura de R&B, soul e rock, tem faixas deliciosas de ouvir e, como ele próprio diz, “boas para fazer amor”. Eleito no ano passado o homem mais sexy do mundo pela revista People, Legend minimiza a fama de galã. “Foi uma coisa legal. Fiquei honrado com a escolha, mas não tenho a menor ilusão de que esse título não pode ser levado ao pé da letra.”

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Legend reza pela cartilha da correção política. Em outubro do ano passado, ele mudou a letra de Baby, It’s Cold Outside, clássico dos anos 40, em que divide os vocais com Kelly Clarkson. No original, a mulher pergunta ao homem o que tem na bebida, e ele diz: “Não se contenha”. Na sua versão, Legend canta: “Seu corpo, sua escolha”. “Não estou dizendo que a versão antiga não pode ser mais tocada, mas pensei: ‘Hey, vai ser legal ter uma nova’.” Formado em inglês, com especialização em literatura afro-­americana, Legend é ativista pelos direitos dos negros e dos presidiários. Em 2015, ganhou o Oscar de melhor canção por Glory, do filme Selma, baseado nas passeatas por igualdade dos anos 60. “Hoje, vemos muitas pessoas marchando por igualdade ao som da minha música. Se a gente não corrigir a raiz do racismo, vai continuar acontecendo. Temos de ver os outros como iguais”, afirma. Ser bom moço é preciso — mas sem perder a indignação.

Publicado em VEJA de 1 de julho de 2020, edição nº 2693

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Fonte: Jovem Pan