Império Serrano exalta Arlindo Cruz com samba escrito em parceria com Carlos Senna

Arlindo Cruz e Carlos Senna

Um dos compositores mais vitoriosos do carnaval carioca, Carlos Senna, foi campeão com o samba do Império Serrado para o enredo “Lugares de Arlindo”, que homenageia o amigo e parceiro de composições, Arlindo Cruz. Senna verá a sua escola abrir o carnaval do Rio de Janeiro, no domingo, defendendo o samba que compôs em parceria com Sombrinha, Aluísio Machado, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio

E há uma peculiaridade neste samba enredo que o torna ainda mais especial. Ele foi composto em acróstico que forma o nome Arlindo Domingos da Cruz Filho na vertical, Multicampeão em sambas com a verde e branca da Serrinha, Carlos Senna destacou o desafio que foii fazer uma poesia em que as frases começam com letras diferentes e formam o nome do compositor homenageado.

“A vitória representa a homenagem que fizemos ao nosso irmãozinho Arlindo Cruz e ao Império Serrano. Vamos ser a primeira escola a desfilar e conseguir nos manter no Grupo Especial. Fizemos um samba com o nome do Arlindo Cruz. É muito difícil, cada letra do nome dele foi feita uma poesia e deu certo. Essa é a grande sacada do nosso poeta, vamos fazer diferente, se der certo nos demos bem, se der errado nos demos mal. Esse samba vai sacudir a avenida. É muita emoção e eu não tenho nem palavras. Essa é a minha 12ª vitória no Império Serrano”, comentou o compositor Carlos Senna.

LETRA DO SAMBA CAMPEÃO

Acorde partideiro sem igual, nascia então, um samba do seu jeito
Reluz feito Candeia, imortal, o compositor, sambista perfeito
Levada de tantam, banjo e repique, poesia de um Cacique, malandragem deu lição
Inspiração de ventre ancestral, o dueto, a patente vem do fundo do quintal
Na boêmia, no subúrbio, na viela… O seu nome é favela: Madureira
Dagô, Dagô Saravá, Obá kaô
O brado que traz justiça, faz a vida recompor

Deixa, o fim da tristeza ainda há de chegar
O show do artista vai continuar
Morando nos sambas que você fez pra mim
Imperiano sim!
No verso que aflora
Giram os sonhos da porta-bandeira
O amor de Orfeu melodia namora
Serrinha é teu canto pra vida inteira

Dagô, Dagô é a lua de Aruanda
A espada é de guerra e Ogum vence demanda

Cercado de axé, semeia o bem, o povo a cantar laiá laiá laiá
Receba a gratidão, Reizinho desse chão, aqui é o teu lugar
Uma porção de fé… O filho do verde esperança nos conduz
Zambi da Coroa Imperial, abiaxé, Arlindo Cruz

Firma na palma da mão, tem alujá e agogô
Império Serrano, falange de Jorge, oxê de Xangô
Laroyê Epa Babá
Há de roncar meu tambor
O verso de Arlindo, morada do amor

ARLINDO NA SAPUCAÍ

O carnavalesco Alex de Souza conta que Arlindo Cruz, que se recupera de sequelas de um AVC sofrido em 2017, vai vir no último carro. A última alegoria virá com amigos e familiares do sambista. Por uma coincidência do destino, o grande parceiro e amigo de Arlindo, Zeca Pagodinho, será enredo da escola seguinte, a Grande Rio. Por este motivo, dificilmente Zeca poderá desfilar na ala dedicada aos amigos do imperiano. “Mas, o Zeca faz parte do enredo do Império, e o Arlindo, da Grande Rio”, pondera o carnavalesco.

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