Entrevista com Vitória Kurihara, paranaense finalista da World Class


A mixologista Vitória Kurihara, de 24 anos, é uma das seis finalistas da edição nacional do World Class 2023, maior concurso de coquetelaria do mundo. A paranaense iniciou sua carreira na gastronomia atuando como confeiteira, mas logo reconheceu a coquetelaria como sua vocação, e já atua no ramo há quatro anos. Atualmente, é head bartender do Duq Gastronomia, restaurante localizado na região central de Curitiba.

Vitória em entrevista para o Bom Gourmet explicou sobre o “Manná”, projeto que a levou a grande final que acontece nesta segunda-feira (05) no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera (SP). Além de compartilhar sobre os preparativos para a grande final, também falou sobre sua transição profissional: da confeitaria para o bar. Confira a entrevista completa a seguir.

Você pode falar um pouco mais sobre sua trajetória profissional? O que te fez deixar de ser confeiteira para trabalhar como bartender?

Eu sempre tive em mente que eu trabalharia em alguma área de gastronomia, e nisso acabei caindo na confeitaria. Mas é algo que sempre foi um plano meu, que eu tivesse uma profissão que me trouxesse um propósito do porquê trabalhar com isso. A confeitaria não me entregava isso, então eu optei por sair, desbravar o mundo e entender o que eu ia fazer da minha vida. No meio disso, o bar acabou caindo para mim. Ali, tendo que atender as pessoas no balcão, fazendo coquetéis, eu entendi o que era hospitalidade. Para mim, um dos maiores propósitos que tenho hoje é justamente isso: transformar o dia do meu cliente de alguma forma, por meio de um coquetel, ou através de um cuidado que eu tenha com ele… Por ser um ramo muito hospitaleiro, a coquetelaria meio que me abraçou como profissão, e meio que tudo fez sentido.

Quais são suas principais referências no mundo da coquetelaria?

Tem várias pessoas no ramo da coquetelaria que eu tenho como referência, que são pessoas que realmente fizeram fama através da profissão, enfim. Mas eu acho quem mais me traz referência são pessoas que estão correndo comigo todos os dias, trabalhando, trocando ideia… Então, eu diria que são as pessoas que fazem parte do meu convívio como um todo, da cena de coquetelaria de Curitiba.

Você já participou de outros campeonatos de coquetelaria? Se sim, quais?

Eu já participei da Monin Cup Brasil, em 2022. Fui uma das dez finalistas do brasileiro. Em 2019, se não me engano, participei de um campeonato da Tanqueray também, que esse eu levei primeiro lugar.

O que te motivou a participar do World Class 2023?

Eu sempre me planejo para bater algumas metas, e eu acho que o World Class sempre foi uma meta, eu só queria estar preparada para ele. Bom, a gente sabe quanto o concurso faz a diferença na vida do bartender, então quando você começa a pensar e colocar essas coisas na balança, é muito fácil ver o que motiva. Principalmente pelo fato de que a World Class faz com que a gente saia da zona de conforto, e procure realmente entender o profissional que a gente é, sabe? Qual o diferencial que a gente tem em um campo de trabalho com tantas pessoas. Eu acho que isso é algo muito incrível, que a World Class faz com que a gente busque, sabe?

Qual é a ideia central do projeto e o conceito do coquetel “Manná” que te levou a final do World Class 2023?

Manná é um coquetel e um projeto que visa conectar bares e pequenos produtores gerando renda, e oportunidade pra essas famílias. A parte mais importante do projeto é um estudo onde procuramos insumos não convencionais que podem ser vendidos gerando mais renda a essas famílias, e também trazendo mais técnicas e sabor pra dentro do bar. Então, junto com a chácara Maria Emília e Sabrina Carrard, minha designer, desenvolvi um projeto extremamente informativo e que pudesse ser replicado em qualquer lugar do mundo.

Como você está se sentindo em estar entre os 6 finalistas do maior concurso de coquetelaria do mundo?

Eu acho que não teria outro sentimento para definir a não ser o quanto eu estou feliz. Como eu disse, eu planejei isso, e agora estar concretizando assim é incrível. Mas, também estou muito ansiosa, porque eu sei que vão ter muitas pessoas que estão participando que são boas também. Mas é a ansiedade boa, tô muito animada.

Como vai funcionar a final? Como você está se preparando para o grande dia?

Bom, a final vai acontecer no BCB (Bar Convent SP), no Bienal, lá em São Paulo. Vai começar cedinho, algumas horas de final. De preparativos, acho que basicamente o que eu tenho feito é estudar. Treinar minha apresentação, estudar as bebidas, estudar os coquetéis, gravando as apresentações com o celular, apresentando na frente do espelho… Porque tudo, assim, tem que ser passado o pente fino, sabe? Então tem sido dias de treino bem intensos.

Qual é o conceito do drink que você vai apresentar na grande final?

Então, isso eu não posso abrir na verdade, porque como não aconteceu ainda, poderia me prejudicar por abrir isso. Mas o conceito do drink que eles pediram é new modern classic. Para que a gente criasse um novo clássico moderno. Então eu estou trabalhando em cima disso, que para mim é uma facilidade. Eu sou muito de uma coquetelaria clássica, a nova clássica, que são variantes dos clássicos que a gente tem. Então, é basicamente isso o conceito. Não posso abrir mais que isso.

Fonte: PaiPee