Alec Baldwin: os bastidores do disparo que matou diretora de fotografia em set | Cinema


À medida que avançam as investigações, novos detalhes surgem sobre o que realmente aconteceu naquele dia, quando Baldwin disparou um tiro que matou Hutchins e feriu o diretor Joel Souza.

O disparo aconteceu no set do filme de faroeste ‘Rust’, no Novo México — Foto: Reuters

Baldwin, Hutchins e Souza estavam no Rancho Bonanza Creek, no Estado americano do Novo México, filmando “Rust”, um filme de cowboy ambientado no século 19.

Segundo informações do inquérito divulgadas pela imprensa americana, a morte de Hutchins ocorreu durante o ensaio de uma cena em que Baldwin sacou um revólver e o apontou para a câmera.

Segundo declarações de Souza e do cinegrafista Reid Russell, Baldwin recebeu a arma e foi informado de que ela estava descarregada.

“Joel disse que Alec estava sentado em um banco da igreja e praticando como sacar a arma”, informam os documentos encaminhados à Justiça.

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O diretor “estava olhando por cima do ombro (de Hutchins), quando ouviu o que parecia ser um estalo de chicote e, em seguida, um grande estrondo”.

Souza estava atrás de Hutchins quando o tiro foi disparado. A diretora de fotografia, de 42 anos, foi atingida no peito, de acordo com relatos de testemunhas.

“Joel se lembra vagamente de (Hutchins) reclamando de seu estômago e agarrando seu abdômen. Joel também disse que (Hutchins) começou a cair para trás e eles a ajudaram a se deitar no chão”, acrescentam os documentos.

Segundo Russell, Hutchins não conseguia “sentir as pernas” logo após o disparo. Ele estava ao lado dela no momento do incidente.

Quando questionado sobre como Baldwin lidava com armas no set, Russell afirmou que ele era muito cuidadoso, destacando um momento em que o ator se certificou de que um ator mirim não estivesse ao seu lado enquanto descarregava uma arma.

Na sexta-feira passada (22), as autoridades disseram que o diretor-assistente Dave Halls foi quem entregou a arma a Baldwin, assegurando que ela podia ser usada com segurança.

Serge Svetnoy, eletricista-chefe do filme, escreveu em uma postagem no Facebook que segurou Hutchins em seus braços enquanto ela morria. Ele culpou “negligência” e “falta de profissionalismo” pela morte da diretora.

Após o incidente, profissionais que trabalharam com Halls alegaram que ele costumava desrespeitar protocolos de segurança.

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Em 2019, segundo a imprensa americana, Halls foi demitido do cargo de assistente de direção do filme “Freedom’s Path”, quando uma arma “disparou inesperadamente” no set de filmagem. Um membro da equipe de som se feriu e ficou de licença por alguns dias.

Já Maggie Goll, especialista em pirotecnia, disse que chegou a registrar uma reclamação interna contra Halls durante a produção da série Into the Dark, mas que nada foi feito a respeito.

Segundo ela, além de negligente, Halls mantinha um comportamento sexual impróprio com outros colegas, por meio de toques “indesejados e desnecessários”.

Em certa ocasião, Halls decidiu continuar a filmagem apesar de um dos pirotécnicos, que era diabético, ter desmaiado no set, acrescentou Goll.

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Halls não comentou as acusações.

Goll, no entanto, acrescentou: “Esta situação não é sobre Dave Halls … isso não é culpa de nenhuma pessoa. Esta é uma conversa mais ampla sobre a segurança do set”.

Tanto Souza quanto Russell disseram que houve um protesto de uma equipe de cinegrafistas pouco antes do acidente no Novo México.

“Reid disse que a equipe de filmagem estava tendo problemas com a produção em relação ao pagamento e à acomodação”, diz o inquérito, o que explica por que seis integrantes haviam pedido demissão.

O Gabinete do Xerife de Santa Fé está conduzindo a investigação policial sobre o que aconteceu.

O xerife Adan Mendoza e a procuradora Mary Carmack-Altwies vão realizar uma coletiva de imprensa sobre o caso na quarta-feira (27).

Os produtores do filme, que também estão conduzindo uma investigação interna sobre o ocorrido, suspenderam as filmagens “pelo menos até que as investigações sejam concluídas”.

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Fonte: Pop & Arte