A criminalização do bullying e do cyberbullying pode cair no Enem em diferentes disciplinas; professores dão dicas de como assunto deve ser abordado pelos estudantes. Jovem, adolescente, mochila, escola, aluno, estudante, bullying (imagem ilustrativa)
Jesús Rodríguez / Unsplash
Aprovada no início deste ano pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), a lei que inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal e transforma crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em hediondos, pode virar tema da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e aparecer em disciplinas como geografia, biologia e sociologia.
Com desdobramentos e impactos sociais, econômicos e ambientais, a lei do bullying e do cyberbullying está entre as apostas dos professores de pré-vestibular e o assunto deve ser abordado por diferentes ângulos no teste. A aplicação das provas do Enem acontece em dois domingos, neste dia 3 e, no próximo, dia 10 de novembro.
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“É um assunto muito importante e que também pode estar presente na segunda fase da Unicamp, um vestibular muito engajado, conectado com as demandas dos estudantes”, destaca o professor de geografia e atualidades do Curso Pré-Vestibular do Colégio Oficina do Estudante, Luis Felipe Valle.
“É um tema super relevante, atual e bastante discutido na imprensa, infelizmente por conta de casos trágicos de vítimas de bullying e cyberbullying, que com certeza pode aparecer no Enem. Não seria a primeira vez que a prova é utilizada não só para esclarecer para o estudante alguma política pública de impacto nacional, que está sendo adotada pelo Governo, como para buscar legitimidade para o tema”.
Reflexões sociais, ambientais e econômicas
Segundo Valle, nos vestibulares, a lei do bullying e do ciberbullying gera reflexões sociais, ambientais e econômicas, que podem ser apresentadas em diferentes áreas do conhecimento. Para o professor, trata-se de uma oportunidade de olhar por vários ângulos o assunto e expandir a compreensão do estudante que pretende ingressar no ensino superior.
“Pensar que existem pessoas que praticam a violência, pessoas que sofrem a violência. É preciso entender que no Brasil existem pessoas em condições socioeconômicas diferentes, com diferentes níveis de acesso à informação, mas que de acordo com a constituição, todas têm direito à dignidade, à vida, à proteção”.
“O Enem dificilmente polariza uma questão. Ele dá espaço para o aluno ou aluna mostrar que entendeu a importância daquela política pública e que consegue olhar para aquele problema e vislumbrar uma solução realista, alinhada com nossa constituição. Então, a dica é ter bom senso, coerência e pensar no mundo real”, orienta o professor.
Veja a seguir de que forma a lei do bullying e do cyberbullying pode aparecer nas provas do Enem:
Geografia
infraestrutura, logística e material por trás das redes;
satélites, antenas e cabos;
as bigtechs e o capitalismo informacional (dados como commodity);
grupos de ódios, fake news e desinformação.
Filosofia e sociologia
conexão por meio das redes sociais e relação com a Caverna de Platão;
dimensão sombria das projeções;
percepção da própria realidade, o que é o real e o que é o virtual;
bullying potencializado pela possibilidade de proteção das telas;
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Biologia e física
impactos ambientais para produção de energia;
lixo eletrônico;
disputa por recursos energéticos;
propagação de ondas (ondulatória);
eletricidade.
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