Quatro estudantes de Santa Rita do Passa Quatro são aprovados em universidades públicas com medalhas de olimpíadas científicas | São Carlos e Araraquara


Medalhistas em olímpiadas científicas, quatro estudantes da Escola Estadual Nelson Fernandes, de Santa Rita do Passa Quatro (SP), conquistaram vagas em universidades públicas e irão começar a graduação este ano.

Três deles entraram na Universidade Estadual Paulista (Unesp) pela modalidade. Miguel Alde Cordeiro, de 18 anos, passou em engenharia civil. A emoção dele quando soube do resultado foi gravada pela equipe da EPTV, afiliada da TV Globo.(veja vídeo abaixo).

“Foi emocionante, é um sonho que eu tenho desde criança, de entrar na faculdade”, conta.

Inscrições para Olimpíada Brasileira de Matemática se encerram nesta quinta-feira

Inscrições para Olimpíada Brasileira de Matemática se encerram nesta quinta-feira

Em 2020, ele prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a Fuvest, para entrar na Universidade de São Paulo (USP), mas não passou.

Ele então decidiu se inscrever na modalidade medalhista neste ano. Ele tem mais de 10 medalhas, mas escolheu a de ouro que obteve na Olímpiada Internacional de Matemática (Matemática sem Fronteiras), uma espécie de “super trunfo” das medalhas, que tem nota máxima na seleção da Unesp.

“A medalha favorece bastante. O vestibular você precisa estudar diversas áreas, para a olimpíada eu estudei só matemática, mas para conseguir a medalha também tem que ter um esforço”, diz.

Agora, Miguel já pediu as contas do trabalho e baixa do Tiro de Guerra e se prepara se mudar para Guaratinguetá onde vai cursar a graduação.

Miguel Alde Cordeiro entrou na Unesp com uma das muitas medalhas de olimpíada científica que ganhou. — Foto: Arquivo pessoal

Ele vai ter a companhia de Kauê Lafemina, de 19 anos, que também vai para o campus de Guaratinguetá, mas para fazer engenharia mecânica, curso no qual passou com uma medalha de bronze na categoria nacional da Olímpiada Internacional de Matemática (Matemática sem Fronteiras).

Ele começou a participar de Olimpíadas desde o 9º ano e, além da medalha de bronze tem também uma de prata na etapa estadual da mesma competição. Após não passar em uma faculdade particular, Kauê foi incentivado pelos professores a se inscrever na Unesp como medalhista.

“É uma boa oportunidade porque é difícil entrar numa faculdade dessas”, disse.

Kauê e Maria Eduarda entraram na Unesp usando medalhas da Olimpíada Internacional de Matemática — Foto: Arquivo pessoal

A namorada de Kauê, Maria Eduarda dos Santos, 19 anos, também passou como medalhista e segue para Tupã, onde vai cursar administração. Ela conseguiu a vaga com a medalha de prata da Olímpiada Internacional de Matemática (Matemática sem Fronteiras), que conquistou em 2015.

“Eu fiquei muito feliz de passar na faculdade e agora é seguir em frente e esperar que dê tudo certo”, afirma.

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) é uma competição nacional — Foto: Obmep/Divulgação/Arquivo

O ingresso nas universidades por medalhas olímpicas, também conhecida como como reserva de vagas olímpicas foi criada em 2018 com objetivo de diversificar as formas de acesso ao Ensino Superior. Cada instituição de ensino estabelece as regras de seleção e as competições participantes.

A primeira universidade a oferecer vagas nesta modalidade foi a Unicamp, seguida da USP, que não usou essa modalidade nos últimos anos devido à pandemia.

Em 2021, foi a vez da Unesp oferecer esta opção e hoje é a universidade estadual paulista com mais vagas nesta modalidade. Este ano, a universidade ofertou 218 vagas olímpicas, sendo 138 em exatas, 41 em biológicas e 39 em humanidades, distribuídas por 32 cursos.

Já a Unicamp ofereceu 122 vagas e duas delas foram conquistadas por Vitor Melo Pellegrino, também estudante da Nelson Fernandes. A medalha de bronze da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) também garantiu uma vaga na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), mas ele recusou as três oportunidades porque passou na Unesp pelo vestibular.

Alunos do 3º ano da E.E. Nelson Fernandes, de Santa Rita do Passa Quatro vão participar de Olímpiadas em busca de vagas na universidade — Foto: Reprodução EPTV

Vitor acumula 25 medalhas olímpicas. Tamanha participação se deve ao estímulo que todos os estudantes da Nelson Fernandes têm para participar dessas em competições de conhecimento.

O professor de matemática Antônio Otavio Pelegrino, pai de Vitor, é um dos grandes incentivadores. Ele é um dos co-fundadores de um grupo de estudos voltado a preparar os alunos para as olimpíadas, que existe desde 2014.

Desde 2019, quando passou a valer esta modalidade de ingresso, seis alunos entraram em universidades com medalhas. Mas o professor acredita que esse número irá crescer e, mesmo que não aumente, trará benefícios para a vida destes estudantes.

“Infelizmente, nem todos os medalhistas da escola se inscreveram para concorrer às vagas. Acredito que o mais importante desse trabalho é ‘plantar’ sonhos. Uma vez lançada a semente, um dia dará frutos, sendo alguns mais cedo e outros mais tarde. , diz.



Fonte: Fonte: G1