Paraguai adota educação sexual nas escolas com conceitos equivocados que preocupam educadores




Programa apresentado pelo Ministério da Educação está sendo testado antes de ser implementado em todo o país. Conteúdo questiona eficácia de camisinha, desestimula a masturbação e mais. Paraguai: plano de educação sexual preocupa educadores de saúde
Em uma decisão inédita no país, o Paraguai está incluindo educação sexual no currículo escolar. E, enquanto psicólogos e entidades como a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) defendem educação sexual para crianças, o programa paraguaio preocupa progressistas e educadores da área da saúde.
A proposta que está sendo apresentada nas escolas do país põe em dúvida a eficácia de camisinhas e perpetua estereótipos sexistas como “meninos não choram” e “meninas são medrosas”.
Sala de aula escola
Reprodução
Muitos na nação, majoritariamente católicam são a favor do programa.
Entre outros temas apresentados na proposta e questionados por especialistas estão:
preservativos não são confiáveis;
masturbação leva a frustração e isolamento;
a roupa das meninas pode influenciar o comportamento dos homens; e
amor conjugal dura para sempre.
Educação sexual na escola
No Paraguai, temas relacionados à direitos e saúde reprodutiva — especialmente da mulher — são tabus. O país tem a maior taxa de gravidez na adolescência da América do Sul, e aborto é crime punível com pena de prisão, inclusive em casos de estupro e incesto.
Programas de educação sexual não limitados à abstinência têm sucesso comprovado na redução das taxas de natalidade entre adolescentes. No entanto, o programa de educação sexual que está sendo introduzido no Paraguai preocupa educadores de saúde e feministas.
A proposta até vai além da educação sexual, e chega a apresentar afirmações como “garotas têm cérebros menores e mais leves”, e não faz nenhuma menção à comunidade LGBTQIA+ ou à identidade de gênero — tópico que foi banido das escolas paraguaias em 2017.
O ministro da Educação disse que o novo programa, que está sendo testado em setembro, antes de ser implementado em todo o país, ainda pode ser alterado depois da implementação, mas não deixou claro como isso seria possível.
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