Malala Yousafzai pede que os Estados Unidos intervenham para que garotas afegãs possam ir à escola | Educação


A ativista Malala Yousafzai defendeu nesta segunda-feira (12) o direito de jovens afegãs frequentarem a escola, durante um encontro com o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. A paquistanesa também entregou uma carta escrita por uma adolescente afegã destinada ao presidente Joe Biden (Partido Democrata).

Na reunião para debater a igualdade de gênero no acesso à educação, Malala apontou a proibição vigente no Afeganistão que não permite que meninas frequentem o ensino médio no país.

“Nós sabemos que o Afeganistão, neste momento, é o único país onde garotas não têm acesso à educação secundária. Elas são proibidas de aprender, e eu tenho trabalhado junto com garotas afegãs e mulheres ativistas, e tenho esta mensagem delas: que elas deveriam ter o direito de trabalhar. Deveriam poder ir à escola”, declarou a ativista.

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Em 19 de setembro, o Talibã, grupo fundamentalista islâmico que está no controle do Afeganistão desde a retirada das tropas estadunidenses em junho deste ano, ordenou que apenas meninos e professores homens retornassem às salas de aula.

Malala fez um apelo ao secretário Blinken: que os EUA, junto às Nações Unidas (ONU), tomem atitudes imediatas que garantam às meninas afegãs o direito de retornar para a escola o quanto antes.

Para reforçar o pedido, a Nobel da Paz de 24 anos entregou a Blinken uma carta escrita por uma jovem afegã de 15 anos, destinada a Joe Biden.

“Ela escreve que quanto mais as escolas e universidades forem mantidas fechadas para as meninas, mais sombras vai causar em nossa fase futura. A educação de garotas é uma ferramenta poderosa para trazer paz e segurança. Se as meninas não aprenderem, o Afeganistão vai sofrer também. Como mulher e como ser humano, eu preciso que vocês saibam que tenho direitos. Mulheres e garotas têm direitos. Afegãs têm direito de viver em paz, de ir à escola e de brincar”, afirmou Malala.

A jovem paquistanesa é defensora do direito de meninas e mulheres terem acesso à educação. Em 2012, aos 15 anos, Malala sofreu um atentado por defender ideias contrárias às pregadas pelo Talibã. Depois disso, ela passou a viver em exílio na Inglaterra, onde se tornou porta-voz do direito à educação. Dois anos depois, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o prêmio Nobel da Paz.



Fonte: Fonte: G1