Em plena pandemia da covid-19 e poucos meses após o retorno presencial dos estudantes da rede estadual de ensino, mães da Escola Estadual Marina Cintra, na região central da cidade, denunciam a falta de papel higiênico nos banheiros do colégio.
De acordo com mães ouvidas pelo R7, é comum suas filhas irem ao banheiro e não encontrarem papel higiênico.
A escola, tradicional na região, é conhecida por ter ex-alunos ilustres como o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB). O político já exaltou várias vezes que é filho de escola pública e sempre cita a Escola Esadual Marina Cintra em seus discursos.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que “não procede a alegação de falta de papel e/ou suprimentos higiênicos na Escola Estadual Marina Cintra e que mantém os itens com professores e funcionários para evitar eventuais desperdícios, mal uso ou estragos”.
O que dizem as mães
Maria Auxiliadora Ferreira Andrade Santos, mãe de dois alunos matriculados na escola, disse que acompanha esta situação desde quando seu primeiro filho entrou na escola. “Há anos os alunos não encontram papel higiênico de forma contínua nos banheiros. Tanto que neste ano, quando minha filha começou a estudar lá, já coloquei lenço umedecido na mochila dela para não haver problemas”, afirma.
O filho dela hoje está na 7ª série, mas sempre levou lenço umedecido na mochila por saber que não tinha disponível na escola.
Outra mãe, que não quis se identificar, também afirma que a filha reclama da falta de papel higiênico e que até leva de casa, mas tem vergonha de pegar da mochila.
Apesar de sofrerem menos do que as meninas, os meninos também já reclamaram com a falta de papel higiênico. Outra mãe, que também preferiu ficar no anonimato, conta que seu filho chegou em casa reclamando que não tinha papel higiênico e ele teve de sair do banheiro para pegar na parte de fora, perto da pia. “Como faz nesse caso? A criança sai com a calça arriada e se constrange para conseguir limpar o bumbum”, questionou.
O que diz a Secretaria de Educação
Ao ser questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação disse “que a escola estrategicamente colocou os itens à disposição dos alunos, com os colaboradores da escola, a fim de evitar eventuais desperdícios, mal uso ou estragos equivocados pelos estudantes”. Disse ainda que “a escola conta com funcionários específicos para o atendimento diário dessa demanda e para o abastecimento dos banheiros, com papel higiênico, sabonetes, copos descartáveis e álcool em gel”.
Porém, as mães disseram que seus filhos desconhecem essa política de utilização do papel higiênico.
Em nota, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) afirmou que “o acesso ao papel higiênico ou à água para lavar as mãos deveria ser algo básico. E, durante a pandemia, a falta desses itens passou a deixar alunos, professores e funcionários das escolas em risco ainda maior”.
Veja a íntegra da nota da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo:
“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informa que não procede a alegação de falta de papel e/ou suprimentos higiênicos na Escola Estadual Marina Cintra.
A diretoria da unidade esclarece que estrategicamente colocou os itens à disposição dos alunos, com os colaboradores da escola, a fim de evitar eventuais desperdícios, mal uso ou estragos equivocados pelos estudantes.
A escola conta com funcionários específicos para o atendimento diário dessa demanda e para o abastecimento dos banheiros, com papel higiênico, sabonetes, copos descartáveis e álcool em gel.
A escola e a Diretoria de Ensino Centro se colocam à disposição da comunidade escolar e responsáveis para qualquer esclarecimento.”
Fonte: Fonte: R7