Nos últimos anos, as algas marinhas conquistaram um lugar especial na culinária ocidental devido aos inúmeros benefícios que oferecem à saúde.
De Zanzibar, um paraíso tropical no Oceano Índico, até as cozinhas de renomados restaurantes italianos, tais plantas aquáticas estão conquistando o paladar e a atenção de entusiastas da alimentação saudável em todo o mundo.
Zanzibar: as mulheres do mar
Em Zanzibar, as praias de Paje são o cenário onde o olhar se perde no horizonte, mas são as mulheres do mar que roubam a cena. Elas são as agricultoras de algas marinhas, dedicando-se à coleta e venda desses tesouros do oceano.
Essas mulheres trabalham incansavelmente, sob o sol escaldante, com roupas tradicionais e água até a cintura, carregando sacos com até 30 kg de algas na cabeça.
(Imagem: Pixabay / Reprodução)
Zanzibar é o quarto maior produtor mundial de algas marinhas, ficando atrás apenas da China, Coreia do Sul e Japão.
Cerca de 23 mil mulheres no arquipélago estão envolvidas na produção e venda dessas plantas, tornando o setor a força motriz da ilha, após o turismo.
Nutrientes incríveis das algas marinhas
Do ponto de vista nutricional, as algas marinhas são verdadeiros tesouros. Elas são ricas em proteínas, fibras, minerais e vitaminas, tudo isso com baixo teor calórico.
Algumas variedades, como as algas vermelhas, contêm o aminoácido taurina, que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos olhos e do sistema nervoso.
O conteúdo mineral das algas é notável, com destaque para o cálcio e o iodo, que podem ser encontrados em concentrações até dez vezes maiores do que no leite.
Além disso, tais plantas aquáticas são fontes de gorduras saudáveis, como os lipídios poli-insaturados, associados a um menor risco de doenças cardiovasculares.
As algas marinhas ainda são repletas de compostos bioativos com elevado poder antioxidante, incluindo carotenoides e polifenóis.
Esses pigmentos naturais conferem às algas propriedades antioxidantes, anticancerígenas, anti-inflamatórias, neuroprotetoras e protetoras contra a osteoporose.
(Imagem: Freepik / Reprodução)
Em Zanzibar, as algas marinhas cultivadas em fazendas marinhas são secas, trituradas e empregadas em produtos como sabonetes.
A produção de algas, em particular da variedade Cottonii, é altamente rentável e tem várias aplicações industriais, inclusive a produção de carragenina, um polissacarídeo usado em cosméticos, alimentos e muito mais.
Além de seus benefícios nutricionais e industriais, as algas também apresentam uma variedade fascinante de espécies marinhas.
Desde os peixes coloridos e exuberantes até os peixes que se camuflam nas profundezas do oceano, tais criaturas únicas têm intrigado a comunidade científica por anos, como os peixes-zebra, capazes de regenerar os músculos do coração após um ataque cardíaco.
As algas marinhas se destacam não apenas como um superalimento nutritivo, mas também como um recurso versátil de ampla aplicação. Sua jornada culinária e científica continua a desvendar os muitos segredos desses tesouros do oceano.