Entenda quais são os prós e os contras do Enem Digital – Notícias

Falta pouco mais de uma mês para a edição 2022 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), marcado para ser realizado nos dias 13 e 20 de novembro. As provas podem ser realizadas em duas modalidades: impressa ou digital. Saiba quais são os prós e os contras da versão no computador.

O modelo de prova digital deve ser avaliado pelos participantes que tenham mais familiaridade com o uso de tecnologia por meio dos computadores, avaliam professores. 

Pedro Oscar Lorencini Junior, coordenador do Poliedro Curso de São Paulo, esclarece que ambos formatos, na prática, não tem muita diferença: “a versão digital é a mesma prova da versão impressa e os estudantes têm o mesmo tempo de prova.”

Para o professor, no entanto, a maior vantagem está na agilidade. “Quando se escolhe a versão digital, não é preciso preencher as bolinhas do gabarito, basta clicar e isso reduz a chance de errar na hora de passar a resposta para a folha oficial”, diz.

Outro ponto favorável é a sinalização das questões deixadas em branco. “No sistema digital, ele te indica o que não foi preenchido e isso elimina o tempo de folhear páginas à procura da questão deixada para trás”, comenta.

Ainda, segundo Junior, cabe ao aluno decidir qual modelo de prova se ajusta à sua rotina. “Por exemplo, o aluno que cursa o pré-vestibular ou o ensino médio, na modalidade presencial, muito provavelmente realiza as provas e simulados impressos. Então a recomendação é que ele escolha está modalidade para a realização do Enem. Já o estudante que faz aulas online, possivelmente optará pela versão digital da prova”, avalia.

Para o professor de filosofia, Mário Marcondes, da Plataforma do Professor Ferretto, a versão digital é bem-vinda, mas, embora tenha o lado positivo, a mudança também traz algumas incertezas. “Mesmo sendo algo criado para facilitar a vida do candidato, a versão digital do Enem tem seus prós e contras, o que pode fazer com que a versão impressa não deixe de existir totalmente,” avalia.

O Enem é realizado em diversos pontos do país, os candidatos realizam a prova tanto em escolas quanto em universidades públicas e particulares. Mas, segundo Marcondes, nem todos estão preparados para esse modelo de prova.

“Alguns locais não têm uma estrutura adequada para realizar a versão online, por não ter equipamentos suficientes, espaço adequado para dividir os candidatos entre um computador e outro, tomadas para manter os equipamentos ligados, além de tudo isso, há o risco de imprevistos como acabar a luz no local. Falhas como essa podem acontecer e forçariam o candidato a uma reaplicação, o que pode deixá-lo ainda mais ansioso com o exame.”

Outro ponto negativo avaliado por Marcondes se dá a dificuldade de acesso à tecnologia dos candidatos. Segundo a pesquisa TIC Educação, divulgada pelo CGI.Br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) de 2022, 84% dos alunos que moram em áreas urbanas não possuem dispositivos ou acesso à Internet em seus domicílios.  “O Brasil ainda é um país muito desigual, tanto para a educação como para o acesso à tecnologia, e oferecer a prova somente em modelo digital pode fazer com que um grande número de candidatos nem tente fazer a prova, por não possuir a habilidade necessária com o uso da tecnologia”, finaliza o professor.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

Fonte: Fonte: R7