Em estudo preliminar, anticorpo monoclonal é eficaz contra Ômicron

Em estudo preliminar, anticorpo monoclonal é eficaz contra ÔmicronA farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) anunciou nesta quinta-feira (2) que seu anticorpo monoclonal contra Covid-19, desenvolvido em parceria com a norte-americana Vir, demonstrou eficácia contra a nova variante Ômicron do coronavírus em testes in vitro. Os resultados promissores foram compartilhados em artigo publicado como prévia (preprint) na plataforma bioRxiv e ainda precisa ser revisado por outros pesquisadores.

Os dados foram coletados em experimentos feitos com pseudovírus criados a partir de técnicas de bioengenharia para transportar as mutações características da nova variante do Sars-CoV-2. A cepa foi identificada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro, mas já está presente em todos os continentes, incluindo no Brasil.

A GSK informou que a empresa está concluindo testes de pseudovírus in vitro para confirmar se o anticorpo monoclonal é capaz de neutralizar uma combinação de todas as mutações da Ômicron — a variante tem 50 mutações, segundo as evidências científicas mais atualizadas. O laboratório pretende fornecer uma atualização até o final de 2021.

Conhecido como Sotrovimab, o medicamento em questão funciona à base de anticorpos monoclonais de longa duração, que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus. Ele foi projetado para se ligar a uma região do patógeno também presente em outro coronavírus (Sars-CoV-1), o que, segundo os pesquisadores, é uma área estratégica que dificilmente passará por mutações. “O Sotrovimab foi projetado deliberadamente com um vírus mutante em mente”, diz George Scangos, presidente executivo da Vir, em nota.

Segundo a GSK, a terapia já demonstrou atividade persistente contra todas as variantes de preocupação e interesse da Organização Mundial de Saúde (OMS). O remédio tem autorização de uso emergencial nos Estados Unidos e na Europa, além de países como Japão, Canadá e Austrália.

No Brasil, seu uso foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último 8 de setembro somente para pacientes com quadros leves ou moderados de Covid-19 e com risco de evoluir para quadros graves da doença. O medicamento é injetável e de uso restrito a hospitais.

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