A um mês do Exame Nacional do Ensino Médio, que em 2023 ocorre nos dias 5 e 12 de novembro, o R7 pediu a professores do SAS Plataforma de Educação que selecionassem as matérias mais cobradas na prova, de todas as áreas do conhecimento. ‘A
importância desse raio-X é otimizar o plano de estudos de cada estudante, evidenciando onde o aluno deve focar e seu tempo de dedicação ao longo do
ano’, afirma Idelfranio
Moreira, gerente de ensino e inovações educacionais da plataforma. Confira a seguir os assuntos mais citados no Enem de 2009 a 2022:
Ciências da Natureza, análise de Idelfranio Moreira
Física: é necessário
que o aluno compreenda, antes de tudo, os conceitos básicos da matéria e os principais
conteúdos cobrados, para que consiga se aprofundar nos
detalhes. Costumeiramente, metade da prova está dividida entre mecânica e
eletricidade, com uma distribuição bem parelha ao longo da série histórica, o
que faz muito sentido, uma vez que mecânica é a base da física, e nossas
tecnologias atuais estão baseadas na eletricidade. O terceiro conteúdo mais cobrado,
ondulatória, também faz muito sentido, pois é um dos pilares da física. Para
todos esses assuntos, é necessário estar afiado com os conceitos de
matemática básica para realizar todas as contas e saber interpretar o texto para conseguir entender o que cada questão propõe. Por fim, memorizar
as fórmulas, da maneira como o aluno achar melhor, facilita na hora de resolver a prova
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Ciências da Natureza, análise de Idelfranio Moreira
Química: a distribuição dos
conteúdos é bem similar à de física, pois físico-química e química geral
representam mais da metade da prova. Química
geral é a base da química inteira, enquanto físico-química traz uma
interdisciplinaridade entre os conteúdos. Em terceiro lugar, está a química
orgânica, que se dedica ao estudo dos compostos formados basicamente
por carbono. Chama atenção o fato de meio ambiente e
energia serem cobrados com uma incidência menor. Sempre sugiro que os alunos atentem às informações dos textos e estudem perguntas de provas
anteriores, para que tenham familiaridade com o exame. Ademais, no caso da química, entender conceitos básicos, como tabela
periódica, estrutura atômica e relações numéricas, auxilia na resolução das questões
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Ciências da Natureza, análise de Idelfranio Moreira
Biologia: temos um conjunto enorme de assuntos bem diluídos pela prova. Se chamarmos atenção para os de maior incidência, temos: meio ambiente, relacionado às
influências e aos impactos dos seres humanos na natureza, histologia, fisiologia,
citologia e ecologia. Existe uma divisão bem equilibrada entre esses conteúdos, e eles representam pelo menos 50% da prova. Portanto, não há um peso tão
grande concentrado somente em determinado assunto, no caso de biologia. Em
ecologia, por exemplo, tema de bastante peso na prova, é importante que o
estudante tenha total visibilidade sobre os conceitos de nicho e habitat,
cadeia alimentar, temáticas de sustentabilidade e ciclos biogeoquímicos. Já em
fisiologia, os temas de gravidez e funcionamento do corpo humano, em geral,
também são importantes para a prova, enquanto a citologia traz o estudo das
células, seus processos vitais, suas estruturas e seu funcionamento
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Matemática e Suas Tecnologias, análise de Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais
Matemática: antes de tudo, é bom
explicar um pouco o modelo das provas. Unicamp e Fuvest são vestibulares
tradicionais e muito mais focados nos conteúdos do ensino médio. Já o Enem traz como proposta sempre incluir uma contextualização. Assim, o conteúdo mais próximo do nosso cotidiano se torna fácil de compreender, como noções de escala, razão, proporção, regra de três e porcentagem. Alguns outros assuntos, como trigonometria, que não cai
tanto no Enem mas é mais cobrada em outras provas, são mais difíceis de
contextualizar.
No Enem, assuntos do ensino fundamental compõem de 60% a 65% do exame. Na Unicamp e na Fuvest, encontramos itens do ensino médio,
apesar de termos pontos em comum entre as três provas, como o assunto das funções.
Desde
o ano passado, a prova da Fuvest tem uma tendência a ser mais interdisciplinar,
o que a faz se aproximar, na primeira fase, cada vez mais do estilo do Enem
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Linguagens e Códigos, análise de Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais
Língua Portuguesa: o Exame Nacional do Ensino
Médio traz uma abordagem por área do conhecimento. Isto é, espere encontrar na
coletânea de textos verbais e não verbais assuntos pertinentes às
quatro áreas, mas principalmente relacionados aos
esportes e à saúde. Na literatura, há uma tendência ao
modernismo e à contemporaneidade, com textos de autores representativos dessas
estéticas e escolas. A competência leitora é examinada de diversas formas: há
textos que cumprem a função de averiguar o conhecimento estrutural e as características dos gêneros e há os que cobram capacidade
interpretativa, crítica e de reflexão, associando um
texto a uma imagem, ou dois textos. A análise do discurso também ocupa uma
posição de relevância nas questões de linguagem e costuma trazer textos
de outras áreas, assuntos diversos e atualidades, para que o estudante demonstre
domínio das minúcias da enunciação e da intencionalidade dos excertos
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Linguagens e Códigos, análise de Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e Inovações do SAS Plataforma de Educação
Inglês e espanhol:
diferentemente da USP e da Unicamp, o Enem permite ao candidato optar por inglês ou
espanhol como língua estrangeira no exame. As
questões examinam a competência
leitora do aluno com textos em língua estrangeira e enunciados em língua materna. Espere
encontrar trechos de músicas, obras literárias, imagens, charges e atualidades
em língua estrangeira, inglesa ou espanhola. O importante é compreender os
aspectos globais do texto para identificar o objetivo da questão. Algumas
expressões e usos do cotidiano desses países costumam aparecer como
distração. Fique atento ao que realmente a questão pede e ao
enunciado para não se perder com palavras ou ideias parecidas
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Ciências Humanas, análise de Luiz Carlos, consultor pedagógico
História: no Enem, os top cinco conteúdos de história
mais recorrentes são: idade contemporânea, Brasil colônia, Brasil império,
história política e
patrimônio histórico-cultural, que vai tratar dos grandes museus e
acervos culturais. As perguntas costumam abordar mundo contemporâneo, história do Brasil e Idade Moderna. Quando falamos sobre mundo contemporâneo, que é
o que mais cai nos vestibulares, temos que pensar no Iluminismo do século 18 em diante. Prioritariamente, aquilo que compete às independências na América
Latina. Então, é importante saber analisar as condições em que essas ideias chegaram ao Brasil e
se difundiram e qual foi seu impacto político. O aluno deve estar atento ao fim dos regimes absolutistas na Europa e à construção das
democracias que vieram a partir daí. E estudar
os grandes pensadores que marcaram o período, como Voltaire e Montesquieu. Em termos de história nacional, é essencial saber analisar quais foram os impactos econômicos do sistema colonial, passando pela exploração do pau-brasil, do açúcar e, depois, da mineração
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Ciências Humanas, análise de Luiz Carlos, Luiz Fay e Camile de Lucena, consultores pedagógicos
Geografia: entre os temas mais
recorrentes, temos a geografia agrária, que fala sobre as transformações
do espaço agrário, considerando aspectos econômicos, socioculturais e ambientais. Geografia agrária e a do meio ambiente se mesclam
muito, especialmente sobre os impactos da ação humana na natureza e o aumento do desmatamento na Amazônia. A geografia do meio ambiente fala
muito sobre escassez da água, descarte de lixo e suas consequências. A geografia econômica e de globalização traz discussões sobre eventos
históricos atuais, como os blocos econômicos, o papel das entidades internacionais e as guerras comerciais. A geografia física aborda, principalmente, o tectonismo, o vulcanismo, o clima, a vegetação e a hidrografia. Por fim, a geografia urbana trata
da especulação imobiliária, especulação fundiária, movimentos como o MST e geopolítica. Além de focar o aumento da quantidade de
lixo no espaço urbano e seu impacto na saúde das pessoas
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Ciências Humanas, análise de Luiz Carlos, consultor pedagógico
Filosofia e sociologia: no Enem, na Fuvest e na Unicamp, a temática de ética
e justiça é amplamente abordada, assim como a filosofia antiga. Na
filosofia contemporânea, temos os pensamentos iluministas sobre
política e transformações econômicas. É importante ressaltar que, tanto para
filosofia quanto para sociologia, a questão política está relacionada a uma sociedade sustentável, que promova o bem-estar dos indivíduos ao mesmo tempo em que discuta a igualdade, a ética e a justiça. A sociologia explora muito a
relação do trabalho com a vida cotidiana e a organização
social. A temática da diversidade da produção
cultural pode questionar como os meios de comunicação lidam com a ideia de igualdade e com os movimentos sociais.
Mais do que saber os conceitos sociológicos, o candidato
deve ter noção de suas aplicações na sociedade, especialmente o conceito de
cidadania
