De sala de leitura a biblioteca comunitária, conheça histórias que marcam o Dia Nacional do Livro




Reportagem especial do g1 traz depoimentos de pessoas que foram impactadas pela literatura e que geraram transformações no cotidiano em que vivem, em Presidente Prudente (SP). Sala da Escola Estadual Dr. José Foz realiza projetos de incentivo à leitura
Isabela Gomes/g1
Livros grandes, pequenos, físicos, digitais, com diferentes tipos de gramatura, diagramação e capas. Para aqueles que têm o hábito de leitura, termos como esses não assustam, pelo contrário, promovem conexões entre os leitores e discussões sobre os temas.
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No Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, o g1 mostra nesta reportagem especial três histórias que envolvem muito mais do que preferências literárias, mas o impacto que a leitura gera na realidade daqueles que se dispõem a experimentar.
Espaço da sala de leitura na Escola Estadual Dr. José Foz, em Presidente Prudente (SP)
Isabela Gomes/g1
Próxima parada: sala de leitura 💡
Autor de um dos livros mais conhecidos do Brasil, “O Picapau Amarelo” (1939), Monteiro Lobato (1882-1948) dizia que “quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”, e trazendo o pensamento para o contexto dos alunos da Escola Estadual Dr. José Foz, na Vila Marcondes, em Presidente Prudente (SP), pode-se dizer que os estudantes “quase” vivem a frase na prática, mas ao invés de morar em um castelo, passam grande parte do tempo na sala de leitura.
O espaço literário da instituição é coordenado pela professora Tânia Neves, de 53 anos, que promove projetos e desenvolve a leitura de forma leve e divertida com os acadêmicos.
Professora Tânia Neves realiza projetos de leitura na Escola Estadual Dr. José Foz
Isabela Gomes/g1
Segundo Tânia, iniciativas como roda de leitura, clube do livro, passeios no Centro Cultural Matarazzo, bate-papo com autores, teatros e até competições já foram realizadas na escola, gerando resultados e memórias na vida daqueles que participaram.
“A ideia dos projetos surgiu através de parcerias com o Centro Cultural Matarazzo e também dos alunos, dependendo da obra que era feita, eles eram os próprios protagonistas e se prontificavam a fazer o que fosse preciso dependendo do tema da obra. Eu sou apenas a mediadora, o restante eles que fazem, e são tantas ideias criativas que saem da cabeça deles”, destacou.
Bate-papo com a contadora de histórias Rita de Cássia Nespoli
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“Uma lembrança que me marcou foi em 2017, quando nós ganhamos o primeiro lugar no projeto de rádio novela (confira a gravação aqui), competindo com sete diretorias participantes do Estado de São Paulo. Todos nós fizemos com muito amor e dedicação, saiu muito além do que estávamos imaginando”, exemplificou.
Alunos da Escola Estadual Dr. José Foz ao lado do autor Ricardo Azevedo
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“Os livros têm uma importância inestimável na nossa vida, oferecendo benefícios que se estendem além da simples aquisição de conhecimento. Os livros são portais para novos mundos, ideias e perspectivas, enriquecendo nossa vida intelectual, emocional e social, e aqui na sala de leitura não é diferente”, concluiu ao g1.
Alunos da Escola Estadual Dr. José Foz participam de projeto no Centro Cultural Matarazzo
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Leitura também é cultura 🎭
A publicitária e fotógrafa Sarah Campos Bratfisch, de 23 anos, foi uma das alunas de Tânia e fez parte dos primeiros projetos da sala de leitura. Desde a 5ª série do ensino fundamental até o 1º ano do ensino médio, a profissional recorda dos momentos em que viveu ao lado dos amigos e da diferença que os livros fizeram na vida dela.
“A sala de leitura foi um lugar muito acolhedor, um espaço em que eu e meus amigos íamos no intervalo, depois de comer, aí a gente descia lá, pegava alguns livros e ficava conversando com a Tânia. Depois que reformaram, colocaram novas prateleiras, pintaram e instalaram o ar condicionado, aí que deu vontade de ficar ainda mais lá (risos) ”, relembrou.
Em alusão ao Dia do Índio, alunas participaram de projeto cultural
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“Todas as atividades que tinham na escola e que a Tânia me pedia para fazer, desde me vestir de índia, como no Dia do Índio, até fazer alguma apresentação de Emília sobre as histórias de Lobato, eu sempre participava e gostava de ajudar. Hoje me vejo e penso sobre como consegui fazer tanta coisa, tenho muita saudade daquela época”, explicou ao g1.
“Eu sempre tive o hábito de ler gibis, e na escola eu tinha a oportunidade de pegar livros que ainda não conhecia emprestado. Outro lugar que também me incentivou na leitura foi a biblioteca do Centro Cultural Matarazzo, nossa, eu peguei muitos livros lá, devolvia e pegava mais”, pontuou.
Alunos realizavam apresentações sobre os livros do autor Monteiro Lobato nas salas de aulas
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“Hoje em dia, eu continuo gostando de ler. tenho meus livros em casa e acredito que o gosto pela leitura veio por meio da sala de leitura e de todo o incentivo que eu tive, foi o pontapé para que agora na vida adulta eu pudesse ler cada vez mais”, finalizou.
Sarah Campos, na ponta do lado direito, vestida da personagem Emília, na Escola Estadual Dr. José Foz
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Virando a página 📖
Os livros possuem chaves que abrem portas aos leitores. Nem sempre o acesso ao destino é imediato, porém, ao longo da história e, com uma dose de criatividade, o leitor começa a imaginar como seria, por exemplo, estar no lugar exato da narrativa, vivenciando as situações da trama e participando de todo o contexto literário.
Escritor mirim Eduardo Silva Muraro, de 12 anos, possui três obras infantis lançadas
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Para o escritor mirim Eduardo Silva Muraro, de 12 anos, a leitura já lhe possibilitou chegar a muitos lugares imaginários, inclusive até a lua, em que estava acompanhado de uma cachorrinha aventureira que desbravava o espaço e que, posteriormente, virou tema de uma das obras autorais dele.
Responsável pela escrita de três livros que envolvem muita aventura, diversão e conscientização, a criança descobriu na leitura o prazer de passar o tempo desenvolvendo a criatividade e o aprendizado.
Eduardo, de 12 anos, no evento de lançamento do primeiro livro ao lado dos pais
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“Para mim, os livros são muito importantes, me ajudam a ter mais ideias no meu dia a dia. Já li diversas obras, mas a minha favorita (além das que eu mesmo escrevi) se chama ‘A noite do meteoro’ (2021), gosto bastante”, ressaltou Eduardo.
O escritor mirim diz que a sensação de ter escrito três livros é de felicidade e que, durante o processo de tratamento do câncer da mãe, Juliane Muraro, de 45 anos, a leitura faz com que ele consiga enxergar a vida de uma forma especial, e que quando ele lê para um livro para ela, a mãe fica muito animada.
De sala de leitura a biblioteca comunitária, histórias marcam o Dia Nacional do Livro
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“Eu acredito que a leitura é essencial para a educação do Eduardo, ajuda a estimular sua curiosidade, expandir seu vocabulário e desenvolver sua criatividade. Desde pequeno, ele sempre gostou de ouvir histórias, então, os livros sempre estiveram presentes na sua vida, principalmente nas famosas leituras na hora de dormir, que ocorriam repetidas vezes em casa”, afirmou Juliane ao g1.
Biblioteca Comunitária 📚
Além do incentivo que Juliane oferece para Eduardo na escrita dos livros, a doutora em educação é uma das responsáveis pela organização da Biblioteca Comunitária no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, localizada no Centro de Uso Comunitário.
A sala conta com um acervo com mais de dois mil livros e possui capacidade para atender 25 crianças por vez.
Evento infantil na Biblioteca Comunitária, em Presidente Prudente (SP).
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“O acervo literário atende todas as faixas etárias, nas categorias literatura infantil, infantojuvenil, literatura brasileira, conhecimentos gerais, educação, autocuidado, religioso, enciclopédias, entre muitas outras”, exclamou.
“Há cinco anos, fui chamada para ajudar com os livros no Centro Comunitário, porém, naquele momento não tinha tempo para me dedicar ao projeto voluntário. Recentemente, tive a oportunidade de escrever um projeto para a Secretaria de Cultura do município, no qual fui contemplada pelo edital da Lei Paulo Gustavo e foi possível receber um recurso para viabilizar a instalação da biblioteca”, detalhou.
“O projeto da biblioteca é embrionário. Ainda não é possível realizar empréstimo de livros, pois é preciso fazer todo processo de catalogação do acervo primeiro, porém, pretendemos realizar ações com as crianças e o público que for atender com contação de histórias, clube do livro, oficinas e cursos livres com instituições parceiras”, finalizou.
Biblioteca Comunitária fica localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Biblioteca Comunitária fica localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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