Vape é como ficou conhecido o cigarro eletrônico, que se tornou preferência pelas pessoas que procuram abandonar o vício em cigarro comum nos últimos anos.
Apesar de não existirem estudos científicos que comprovem a segurança ou redução de danos dos cigarros eletrônicos, quando comparados aos convencionais, cada vez mais, pessoas aderem a esta nova alternativa.
Pesquisas feitas pelo Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), mostraram que um em cada cinco jovens adultos já tiveram contato com o vape. Diante do uso crescente, preparamos este texto com algumas informações sobre os riscos dessa “moda”. Confira a seguir!
Proibição pela Anvisa
Emitida em 2009, a proibição da venda, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos não impediram que seu uso se espalhasse pelo Brasil.
A Associação Médica Brasileira (AMB) e outras 40 entidades, recentemente, também se posicionaram contra a liberação do vape, através da divulgação de uma nota pública.
Como justificativa, a AMB alegou que a maioria absoluta dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) contém nicotina — droga responsável pela dependência química — em forma líquida, com identificação de cerca de 80 substâncias tóxicas e cancerígenas.
Como funciona o cigarro eletrônico e suas variações
Diferente do cigarro comum, não existe a queima do tabaco no vape, ato que produz substâncias como o monóxido de carbono e é fator de risco para o infarto. Neste novo formato, as substâncias são aquecidas e transformadas em vapor, aspirado pelos usuários, o que não torna o produto mais seguro.
Os cigarros eletrônicos geralmente possuem um tanque em que é inserido o líquido com compostos e concentrações que variam dependendo do fabricante. Há a opção de conferir diferentes sabores e formatos, como o pod (aparelho menor, feito para caber no bolso), o mod (aparelho com mais potência e controle de temperatura) e as pens (aparelhos em formato de caneta usadas para o consumo de ervas secas e/ou concentradas).
Riscos à saúde
O risco à saúde está justamente associado aos diversos compostos nocivos presentes nas substâncias inaladas e lançadas no ar. Muitos dos efeitos colaterais são adquiridos pelo uso da nicotina, como:
- Dores de cabeça;
- Tontura;
- Cansaço e fadiga;
- Dor no peito.
Porém, o próprio ato de vaporizar pode trazer problemas como a falta de ar, dor torácica e tosse frequente, já que esses aparelhos são utilizados com inalação direta de substâncias no pulmão, produzindo um maior fluxo de ar comparado ao cigarro comum.
Além disso, o uso dos cigarros eletrônicos a longo prazo pode levar a consequências mais graves, como o desenvolvimento de doenças respiratórias e problemas cardiovasculares.
Como os cigarros eletrônicos afetam o sono?
De acordo com a Stella Martins, especialista em dependência química da Universidade de São Paulo, as variações de cigarros eletrônicos chegam a até 57 mg de nicotina por ml do líquido, substância que inibe a melatonina, hormônio que promove o bom funcionamento do organismo e estimula o sono ao final do dia.
Em estudos divulgados pelo periódico Addictive Behaviors, a privação do sono foi 49% maior em pessoas que fumam cigarros eletrônicos diariamente, comparado aos não fumantes.
Maiores doses de nicotina no corpo podem desencadear uma série de reações no sistema nervoso central, como a liberação de adrenalina, fazendo com que a pessoa fique acordada e mais atenta. Inclusive, nas orientações de Higiene do Sono, uma das práticas que fazem o sono ser melhor, é a sugestão de evitar fumar próximo ao horário de dormir.
Quem fuma ronca mais?
O vapor provocado pelos cigarros eletrônicos pode ter efeito direto nas vias aéreas, contribuindo com o ronco e a apneia do sono, principalmente em pessoas que já possuem os sintomas.
O vape pode carregar inúmeras substâncias desconhecidas. Além da nicotina, a alta temperatura utilizada para a vaporização é também uma porta de entrada para irritações e inchaços na garganta e nos brônquios, que por final causam a obstrução da passagem do ar, piorando o ronco e dando espaço para uma maior frequência de pausas temporárias na respiração.
Agora que já explicamos alguns dos malefícios do cigarro eletrônico, qual a sua opinião sobre seu uso?
Bibliografia
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problemas-como-sono-afetam- cerca-de-40-da-populacao- mundial Quase 20% dos jovens usam cigarro eletrônico no Brasil, aponta pesquisa | VivaBem Uol | 2022 | Disponível em https://www.uol.com.br/
vivabem/noticias/redacao/2022/ 04/28/quase-20-dos-jovens-usa- cigarro-eletronico-no-brasil- aponta-pesquisa.htm Uso de cigarros eletrônicos é associado a privação de sono | Medscape | 2020 | Disponível em https://portugues.medscape.
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