Você deixaria um robô investir por você? | Inteligência Financeira


Robôs de investimentos são tecnologias baseadas em algoritmos que podem ser programados para gerir o patrimônio de investidores, recomendar uma carteira de ativos ou definir o momento de sair de uma posição no pregão, entre várias outras aplicações.

Criados no final da década de 1990, esses robôs eram o braço operacional da Bolsa de Valores para gerir o enorme volume de dados das transações. Hoje, embora essa faceta operacional tenha dado lugar à inteligência artificial (IA), ao aprendizado de máquinas (machine learning) e à ciência de dados (data science), os robôs seguem operando como instrumento. A diferença é que, agora, com potencial de gerar mais rentabilidade ao investidor, já que suas decisões não levam em conta fatores emocionais como medo e ansiedade, e são baseadas em estratégias predefinidas que analisam, em tempo real, todas as variáveis do mercado. Sim, um trabalho virtualmente impossível para nós, meros mortais.

Segundo o Portal do Investidor, mantido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), existem duas categorias de robôs: os advisors, subdivididos em robôs de gestão e robôs consultores, e os robôs traders. Quem deseja operar com o advisor precisa responder a um questionário para determinar seu perfil de investidor , além de listar objetivos e expectativas de resgate. A partir dessas informações, o robô processa os dados por meio de algoritmos e oferece as opções de carteiras adequadas ao perfil.

“Nessa modalidade”, de acordo com a CVM, “o cliente é o responsável pela implementação”. Assim, quem deve realizar a compra e venda dos ativos e fazer o rebalanceamento da carteira é o próprio investidor, podendo utilizar sua corretora preferida”. Atualmente, instituições financeiras operam em parceria com esses robôs, oferecendo produtos em que a criação da estratégia e a movimentação no pregão é feita por investidores com larga experiência no mercado. Já o robô gestor “não apenas recomenda uma carteira, como é o responsável por fazer os investimentos e balanceá-la automaticamente.” explica o Portal do Investidor.

Quem prefere lidar com riscos ainda mais altos e, consequentemente, maior rentabilidade (ou perdas, é bom lembrar), pode escolher o robô de ordens, que cria estratégias de investimento buscando oportunidades de rendimentos com a flutuação do valor dos ativos negociados na bolsa. É o próprio robô que determina o momento de entrar ou sair de posições e enviar ordens de cancelamento automaticamente.

Se o que você leu até aqui fez seus olhos brilharem como uma possível solução para todas as dificuldades e desafios que você enfrenta como investidor, é importante dar dois (ou dez) passos atrás e entender, de fato, o que essa inteligência artificial pode oferecer. Primeiro fato: na essência, os robôs seguem como ferramentas, o que significa que alguém – no caso, você ou um investidor profissional – precisa saber operá-la. É como se diz no mercado financeiro: o robô só será vencedor se a estratégia for vencedora. Segundo fato, e esse vale para a vida: não existem garantias de rentabilidade na renda variável. Terceiro fato: existem fraudadores prontos para enganar os menos informados em todos os setores e com os robôs de investimentos não é diferente.

Robôs de investimentos precisam ser autorizados pela CVM para operar e podem ser oferecidos por startups do mercado financeiro, bancos e corretoras.

Robôs de investimentos não fazem milagres. Expressões como “ganhos espetaculares”, “fique rico em poucos dias”, “rentabilidade garantida” ou qualquer coisa que não pareça razoável indicam que você está diante de uma roubada.

Não delegue a responsabilidade sobre seus investimentos a outras pessoas ou tecnologias. Informe-se, prepare-se e tome decisões embasadas em dados confiáveis.

Mantenha a sua carteira diversificada e, se possível, diversifique inclusive seus robôs.

Não coloque seu patrimônio em risco apostando muitas fichas em investimentos de alto risco.

Com essas dicas, muita prudência e acesso a informações de qualidade, você pode usar a tecnologia para dar voos mais altos nos seus investimentos. Acesse a Inteligência Financeira para saber mais e acompanhar as novidades do mercado.



Fonte:G1